terça-feira, 31 de julho de 2018

Maria e Giuseppe – Da Itália para o Brasil
Versão atualizada em julho/2018

      Notando o interesse da atual geração de Manzoli’s pelas histórias de ancestralidade da família e observando, também, que a fila anda, gerações se sucedem e as memórias se perdem e considerando, ainda, que pertencemos à uma geração em extinção, registro aqui algumas memórias que poderão interessar à algum Manzoli ou descendente.

     Por volta do ano de 1680 nasceu em Libiola – fração da (Comune di Sestri Levante, Liguria It) Sante Manzoli.
Sante casou-se com Bárbara Zapparolli Manzoli e tiveram um filho chamado Isidoro Manzoli.

     Isidoro e sua esposa tiveram cinco filhos. O primogênito chamava-se Giacomo Manzoli.

     Giacomo e sua esposa tiveram cinco filhos O segundo chamava-se Domenico Manzoli (1772 a 1841).

     Domenico casou-se com Ângela Martinelli Manzoli e tiveram cinco filhos. O terceiro chamava-se Carlo Manzoli (1805).

Carlo casou-se com Cecilia Benfatti Manzoli e tiveram dez filhos. O primogênito chamava-se Giuliano Martino Manzoli (1830-1900).

     Giuliano casou-se com Giusepha Carnevalli Bertolucci Manzoli e tiveram seis filhos. O quarto chamava-se Giuseppe Vitorio Manzoli (1868-1947)

     Em Poggio Rusco – Mantova It  Giuseppe conheceu Maria, filha de Ângelo Bassoli e Elena Cantoni Bassoli e casaram-se em 27 de abril de 1893 na “Parrocchia Del S. Nome de Maria” em Poggio Rusco – Mantova.

     Em 15/05/1896 tiveram o primeiro filho que lhe deram o nome de Federico Manzoli e em 25/08/1897 o segundo e lhe deram o nome de Osiride Manzoli.

     Para dar uma ligeira visão da situação social da Itália no Século Dezenove, colocamos aqui a resposta de um italiano a um Ministro de Estado de seu País, a propósito das razões que estavam ditando a emigração em massa
“Que coisa entendeis por uma Nação, Senhor Ministro?
É a massa dos infelizes?
Plantamos e ceifamos o trigo, mas nunca provamos pão branco.
Cultivamos a videira, mas não bebemos o vinho.
Criamos animais, mas não comemos carne.
Apesar disso, vós nos aconselhais a não abandonarmos a nossa Pátria?
Mas é uma Pátria a terra em que não se consegue viver do próprio trabalho?”

      Nesse contexto, Giuliano, seu filho Giuseppe e suas esposas decidiram mudar-se para o Brasil e empreenderam essa viagem a partir do Porto de Gênova em 31/10/1898.

     No passaporte de Giuliano Manzoli, emitido na Provincia de Mantova e liberado em out/1898, consta o seguinte:
“O Ministro de Assuntos Estrangeiros solicita às autoridades Civis e Militares de Sua Majestade e das Forças Aliadas deixarem passar livremente
Manzoli Giuliano filho de Carlo que vai para São Paulo, Brasil com sua esposa Carnevalle Giusepha com 57 anos.”
No passaporte de Giuseppe Manzoli, emitido na Provincia de Mantova e liberado em out/1898, consta o seguinte:
“O Ministro de Assuntos Estrangeiros solicita às autoridades Civis e Militares de Sua Majestade e das Forças Aliadas deixarem passar livremente
Manzoli Giuseppe filho de Giuliano que vai para São Paulo, Brasil com sua esposa Basoli Maria com 24 anos e os filhos Federico com 2 anos e Oziride com 1 ano.”
     A viagem foi feita no navio chamado “Minas”. Saiu de Gênova, It em 31/10/1898 e chegou ao Brasil (Santos-SP) em 22/11/1898.
     Maria estava, na viagem, gestante de Isac que viria a nascer em 11/04/1899, portanto, cinco meses da chegada ao Brasil.
     A família chefiada por Giuliano foi encaminhada para a região de Araraquara (SP) e ficou radicada na cidade de Boa Esperança do Sul – SP.
     A nota triste dessa aventura foi a morte de Giuliano Martino Manzoli em 9/2/1900, pouco mais de um ano da chegada ao Brasil.
     Em 10/09/1900 nasceu o quarto filho do casal Giuseppe e Maria que recebeu o nome de Juliano em homenagem ao recém-finado avô.
     Em Boa Esperança do Sul nasceram mais os filhos:
     Ângelo Manzoli em 28/10/1902;
     Eugênio Manzoli em 01/09/1904;
     Ferdinando Manzoli em 08/05/1906;
     Elena Manzoli em 25/08/1907;
     Irma Manzoli em 02/10/1909;
     Remo Manzoli em 01/07/1911;
     Mário Manzoli em 24/04/1913 que faleceu em 1914; e
     Rômulo Manzoli em 26/03/1916.
     Federico, aliás, Frederico, casou-se com Catharina Bonato de Boa Esperança do Sul e foram morar e criar seus filhos Irineu Armando, Valter, Waldir, Milton e Rubens em Araraquara (SP). Viveu até 04/04/1983.
     Osiride, aliás, Oziride, casou-se com a filha de seu patrão, Henriqueta Bertolucci de Bonfim Paulista, em Araraquara onde nasceu a primogênita Anilde Aparecida. Mudaram-se para Pedra Branca SP onde nasceu o segundo filho: Hellio. Mudaram-se para o Parque Industrial de Matão (Toriba) onde nasceu o terceiro filho: Wilson. Em Araraquara nasceu a filha Dirce. Mudaram-se para Jacaúna SP onde nasceu o filho Orlindo. Retornaram para Araraquara onde nasceram os filhos: Yvonne, Ozíride Filho  (eu) e Cleide. Em 1941 mudaram-se para Tabatinga SP de onde retornaram para Araraquara em 1949. Viveu até 08/12/1986
     Isac permaneceu solteiro e trabalhando como pedreiro com seu pai e irmãos. Mudou-se para São Paulo e sempre que podia visitava Araraquara. Faleceu em Araraquara com câncer no fígado em 23/10/1961.
      Juliano casou-se com Santina Ferrari de Boa Esperança do Sul e foram morar e criar seus filhos Carlos José (Carlito); Geraldo; Reinaldo, Nelson e Maria Aparecida em Dobrada SP. Viveu até o início do ano 1960.
     Ângelo casou-se com Felícia Billi de Pirassununga SP, teve quase todos seus filhos nascidos no Estado de São Paulo, nas imediações de Araraquara. Seu Salvo-Conduto foi emitido pela Delegacia de Polícia de Matão (SP). Sua filha Cezira nasceu e foi batizada em Tabatinga SP em 16/06/1934. Mudou-se para o Paraná para onde foi criar seus filhos: Silvio, Diva, Deolinda, Cezira, Marina, Maria, Cecilia, Donato, Antonio e Aparecido. Viveu até 08/03/1995.
     Eugênio casou-se com Amélia Bonato de Boa Esperança do Sul (cunhada de Frederico Manzoli) e foram morar e criar seus filhos Ítalo, Hercília, Hercídio, Oswaldo, Eunice, Ítalo e Eduardo Armando em Olímpia SP, com casa comercial de tecidos e armarinhos no centro da cidade com o nome de “Casa Manzoli”. Viveu até 14/04/1999 
     Ferdinando casou-se com Felícia Diana, de Sertãozinho SP e foram morar e criar seus filhos Clarice, Lourdes, José, Luiz, Claudina e Cláudio em São Paulo SP. Viveu até 06/07/1958.
     Elena casou-se com Maurício Carpigiani e foram morar e criar suas filhas Alzira, Elza e Esther em São Paulo SP.Viveu até 07/12/2001.
     Irma casou-se com Antonio Diana de Sertãozinho SP e foram morar e criar seus filhos Abner, Orlando, Ilda, Antonio, Zineide e Zinedir em São Paulo SP.
     Remo casou-se com Alzira de Angelis, de Santa Maria da Serra SP e foram morar e criar seus filhos José, Renato, Maria, Eugênio, Rene, Reinice e Lenira em São Paulo SP.Viveu até 23/12/1999.
     Rômulo casou-se com Joventina Sigo e foram morar e criar seus filhos Sérgio, Vilma, Roberto e Wagner em São Paulo SP. Existe registro de inscrição de firmas comerciais da Comarca de Pederneiras SP em nome de Rômulo Manzoli  com data de 20/08/1940.
     O casal Maria e Giuseppe mudaram-se para São Paulo SP, Vila Carrão, onde viveram ainda muitos anos de suas vidas. Giuseppe faleceu em 30/04/1947 com 79 anos de idade e Maria em 05/05/1968 com 94 anos de idade. Lembro-me da visita da “Noninha” – como a chamávamos – a Araraquara onde presenteou-nos com sua presença por mais de semana. Foi muito agradável, passava os dias fazendo meias de lã com pontos de tricô com três ou quatro agulhas, não me lembro.



Osíride, Eugênio, Ângelo, Juliano, Isac, Frederico, Ferdinando, Elena, Rômulo, Maria Bassoli Manzoli, Giusepha Carnevalli Bertolucci Manzoli, Giuseppe Manzoli, Remo e Irma.