segunda-feira, 30 de março de 2015

                                                          Punições

"Se o povo for conduzido apenas por meio de leis e decretos impessoais e se forem trazidos à ordem apenas por meio de punições, ele apenas procurará evitar a dor das punições, evitando a transgressão por medo da dor. Mas se ele for conduzido pela virtude e trazido à ordem pelo exemplo e pelos ritos em comum, ele terá o sentimento de pertencer a uma coletividade e o sentimento de vergonha quando agir contrário a ela e, assim, bem se comportará de livre e espontânea vontade."  (Confúcio).

Confúcio não imaginava, na época, que poderia haver banalização da impunidade.

sexta-feira, 27 de março de 2015



"Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."Cora Coralina

"Esta vida é uma estranha hospedaria,

De onde se parte quase sempre às tontas,

Pois nunca as nossas malas estão prontas,

E a nossa conta nunca está em dia."
 (Mario Quintana)
                                       A Vida

A vida são deveres, que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já é Natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quan
do se vê, perdemos o amor da nossa vida...


Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado..
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o meu amor, que está a muito à minha frente, e diria EU TE AMO...
Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo.

Não deixe de ter alguém ao seu lado por puro medo de ser feliz.

A única falta que terás será desse tempo que infelizmente...
não voltará mais.


(Mário Quintana)

segunda-feira, 23 de março de 2015

                                 Sinais de Uma Sociedade

"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; Quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; Quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto sacrifício; Então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".
(Ayn Rand - filósofa russo-americana - em 1.925)

segunda-feira, 9 de março de 2015

Uma Saudade!

Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente à noite.

Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo.

E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um ... Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre. E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia ... Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro ... casa singela e acolhedora.

A nossa também era assim, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. 

Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha - geralmente uma das filhas – e dizia: Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa. Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite ... tudo sobre a mesa.

Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam ... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade ...

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos ... E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida.

Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa ... A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos ... até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail ... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:

- Vamos marcar uma saída! ... – ninguém quer entrar mais. Assim as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos, do leite ...

Que saudade do compadre e da comadre!

(José Antônio Oliveira de Resende) 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Travas na Vida

Se é verdade que a cada dia basta sua carga, por que então teimamos em carregar para o dia seguinte nossas mágoas e dores? Há ainda os que carregam para a semana seguinte, o mês seguinte e anos afora ...

Nos apegamos ao sofrimento, ao ressentimento, como nos apegamos a essas coisinhas que guardamos em nossas gavetas, sabendo inúteis mas sem coragem para jogar fora.

Vivemos com o lixo da existência, quando tudo seria mais claro e límpido com o coração renovado.

As marcas e cicatrizes ficam para nos lembrar da vida, do que fomos, do que fizemos e do que devemos evitar. Não inventaram ainda uma cirurgia plástica da alma, que possibilitasse tirar  todas as nossas vivências e nos deixar como novos.  Ainda bem ...

Não devemos nos esquecer de nosso passado, de onde viemos, do que fizemos e dos caminhos que percorremos.

Não podemos nos esquecer de nossas vitórias, nossas quedas e de nossas lutas. Menos ainda das pessoas que encontramos. Essas que direcionaram nossas vidas, muitas vezes sem saber.

O que não podemos é carregar dia-a-dia , com teimosia, o ódio, o rancor, as mágoas, o sentimento de derrota e o ressentimento.

Acredite ou não, mas perdoar a quem nos feriu dói mais na pessoa  do que o ódio que podemos sentir durante toda uma vida.

As mágoas envelhecidas transparecem no nosso rosto e nos nossos atos e moldam nossa existência. 

Precisamos com muita coragem e ousadia, abrir a gaveta do nosso coração e dizer: Eu não preciso mais disso, isto aqui não me traz nenhum benefício. E quando ficarem só as lembranças das alegrias, do bem que nos fizeram, das rosas secas mas carregadas de amor, mais espaço haverá para novas experiências, novos encontros. Seremos mais leves, mais fáceis de ser carregados, mesmo por aqueles que já nos amam.

Não é a expressão do rosto que mostra o que vai no coração?


De coração aberto e limpo nos tornamos mais bonitos e atraentes e as coisas boas começam a acontecer. Luz atrai, beleza atrai. Tente a experiência!   (Letícia Thompson)
Ao pé do Farol

“Os pais fazem dos filhos, involuntariamente, algo semelhante a eles e a isto denominam “educação”, nenhuma mãe duvida, no fundo do coração, que ao ter seu filho, pariu uma propriedade; nenhum pai discute o direito de submeter o filho aos seus conceitos e valorações.”                (Friedich Nietzsche)

Li certa vez que, ao pé do Farol, não há luz. Mas, e o que dizer, quando falamos não de uma proximidade geográfica, mas emocional, como na relação entre pai e filho, por exemplo?

Somente hoje, distante do meu pai, vejo o suficiente para enxergar, com relativa nitidez, a luz de seu Farol e para compreender a liberdade acolhedora de seu amor que, à época, eu percebia como sufocante e limitador.

Foi preciso jogar-me ao mar, navegar nas ondas e nas intempéries daquilo a que chamamos vida, para vislumbrar não somente em que me tornei, mas para reconhecer a segurança do porto de onde parti.
Só assim pude entender não apenas o que hoje sou, mas de que raízes brotei...

Lembro-me de, quando jovem, ter dado a meu pai um livro do genial poeta Kahlil Gibran. No capítulo “Dos Filhos”, Gibram escreve: “Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas de vossas ânsias da vida por si mesma.”

Eu, como todo jovem, clamava por liberdade. E, como jovem, ignorante e esquecido dos perigos do desconhecido, enxergava apenas o mar que à minha frente se expandia. Dar o livro a meu pai era como dizer a ele: “me deixa viver, me conceda a liberdade plena da experiência.”

Lembro que toda vez que discutíamos sobre liberdade ele me falava dos perigos que a vida nos reserva. Mas eu, que estava ao pé do Farol, enxergava apenas a beleza do horizonte e meus olhos não percebiam a dureza do percurso...

Hoje sou pai. Os filhos crescem, amadurecem, e percebo que, como muitos pais, continuo a trata-los como se tivessem sempre a mesma idade, a mesma mentalidade, as mesmas fraquezas...


Como hoje eu entendo que, para aprender a navegar, precisamos desafiar os tormentos e as borrascas do mar, é chegada a hora de aceitar um dos inevitáveis desígnios da vida: se nossos filhos estão ao pé do Farol , eles só poderão ver a luz se entrarem mar adentro ... e o melhor que podemos fazer, é desejar-lhes boa viagem e torcer para que carreguem consigo um pouco de suas raízes.                                (Autor Desconhecido)

segunda-feira, 2 de março de 2015

Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida: (1) quero?; (2) devo?; (3) posso?
Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve.
Mario Sergio Cortella