domingo, 2 de outubro de 2016

                      Afinal, é possível prever o futuro?
 
 
Em 1998, a Kodak tinha 170.000 funcionários e vendeu 85% de todo o papel fotográfico vendido no  mundo. No curso de poucos anos, o modelo de negócios dela desapareceu e eles abriram falência. O que aconteceu com a Kodak vai acontecer com um monte de indústrias nos próximos 10 anos – e a maioria das pessoas não enxerga isso chegando. Você poderia imaginar em 1998 que 3 anos mais tarde você nunca mais iria registrar fotos em filme de papel?
  
No entanto, as câmeras digitais foram inventadas em 1975. As primeiras só tinham 10.000 pixels, mas seguiram a Lei de Moore. Assim como acontece com todas as tecnologias exponenciais, elas foram decepcionantes durante um longo tempo, até se tornarem imensamente superiores e dominantes em uns poucos anos. O mesmo acontecerá agora com a inteligência artificial, saúde, veículos autônomos e elétricos, com a educação, impressão em 3D,  agricultura e empregos.
 
 
Bem-vindo à quarta Revolução Industrial!
 
O software irá destroçar a maioria das atividades tradicionais nos próximos 5-10 anos.
  
O UBER é apenas uma ferramenta de software, eles não são proprietários de carros e são agora a maior companhia de táxis do mundo. A AIRBNB é a maior companhia hoteleira do mundo, embora eles não sejam proprietários.
 
Inteligência Artificial: Computadores estão se tornando exponencialmente melhores no entendimento do mundo. Neste ano, um computador derrotou o melhor jogador de GO do mundo, 10 anos antes do previsto.  Nos Estados Unidos, advogados jovens já não conseguem empregos.  Com o WATSON, da IBM, V. pode conseguir aconselhamento legal (por enquanto em assuntos mais ou menos básicos) dentro de segundos, com 90% de exatidão se comparado com os 70% de exatidão quando feito por humanos. Por isso, se V. está estudando Direito, PARE imediatamente. Haverá 90% menos advogados no futuro, apenas especialistas permanecerão.
 
O WATSON já está ajudando enfermeiras a diagnosticar câncer, quatro vezes mais exatamente do que enfermeiras humanas.
 
O FACEBOOK incorpora agora um software de reconhecimentode padrões que pode reconhecer faces melhor que os humanos.  Em 2030, os computadores se tornarão mais inteligentes que os humanos.
 
Veículos autônomos: em 2018 os primeiros veículos dirigidos automaticamente aparecerão ao público. Ao redor de 2020, a indústria automobilística completa começará a ser demolida.  Você não desejará mais possuir um automóvel.  Nossos filhos jamais necessitarão de uma carteira de habilitação ou serão donos de um carro.  Isso mudará as cidades, pois necessitaremos 90-95 % menos carros para isso.  Poderemos transformar áreas de estacionamento em parques.  Cerca de 1.200.000 pessoas morrem a cada ano em acidentes automobilísticos em todo o mundo. Temos agora um acidente a cada 100.000 km, mas com veículos auto-dirigidos isto cairá para um acidente a cada 10.000.000 de km. Isso salvará mais de 1.000.000 de vidas a cada ano.
  
A maioria das empresas de carros poderão falir. Companhias tradicionais de carros adotam a tática evolucionária e constroem carros melhores, enquanto as companhias tecnológicas (Tesla, Apple, Google) adotarão a tática revolucionária e construirão um computador sobre rodas.  Eu falei com um monte de engenheiros da Volkswagen e da Audi: eles estão completamente aterrorizados com a TESLA.
 
Companhias seguradores terão problemas enormes porque, sem acidentes, o seguro se tornará 100 vezes mais barato. O modelo dos negócios de seguros de automóveis deles desaparecerá.
  
Os negócios imobiliários mudarão. Pelo fato de poderem trabalhar enquanto se deslocam, as pessoas vão se mudar para mais longe para viver em uma vizinhança mais bonita.
 
Carros elétricos se tornarão dominantes até 2020. As cidades serão menos ruidosas porque todos os carros rodarão eletricamente. A eletricidade se tornará incrivelmente barata e limpa: a energia solar tem estado em uma curva exponencial por 30 anos, mas somente agora V. pode sentir o impacto. No ano passado, foram montadas mais instalações solares que fósseis. O preço da energia solar vai cair de tal forma que todas as mineradoras de carvão cessarão atividades ao redor de 2025.
 
Com eletricidade barata teremos água abundante e barata. A dessalinização agora consome apenas 2 quilowatts/hora por metro cúbico. Não temos escassez de água na maioria dos locais, temos apenas escassez de água potável. Imagine o que será possível se cada um tiver tanta água limpa quanto desejar, quase sem custo.
 
Saúde: O preço do Tricorder X será anunciado este ano.  Teremos companhias que irão construir um aparelho médico (chamado Tricorder na série Star Trek) que trabalha com o seu telefone, fazendo o escaneamento da sua retina, testa a sua amostra de sangue e analisa a sua respiração (bafômetro). Ele então analisa 54 bio-marcadores que identificarão praticamente qualquer doença. Vai ser barato, de tal forma que em poucos anos cada pessoa deste planeta terá acesso a medicina de padrão mundial praticamente de graça.
  
Impressão 3D: o preço da impressora 3D mais barata caiu de US$ 18.000 para US$ 400 em 10 anos. Neste mesmo intervalo, tornou-se 100 vezes mais rápida. Todas as maiores fábricas de sapatos começaram a imprimir sapatos 3D. Peças de reposição para aviões já são impressas em 3D em aeroportos remotos.
 
A Estação Espacial tem agora uma impressora 3D que elimina a necessidade de se ter um monte de peças de reposição como era necessário anteriormente. No final deste ano, os novos smartphones terão capacidade de escanear em 3D. Você poderá então escanear o seu pé e imprimir sapatos perfeitos em sua casa. Na China, já imprimiram em 3D todo um edifício completo de escritórios de 6 andares. Lá por 2027, 10% de tudo que for produzido será impresso em 3D.
 
Oportunidades de negócios: Se V. pensa em um nicho no qual gostaria de entrar, pergunte a si mesmo:  “SERÁ QUE TEREMOS ISSO NO FUTURO?” e, se a resposta for SIM, como V. poderá fazer isso acontecer mais cedo? Se não funcionar com o seu telefone, ESQUEÇA a idéia. E qualquer idéia projetada para o sucesso no século 20 estará fadada a falhar no século 21.
 
Trabalho: 70-80% dos empregos desaparecerão nos próximos 20 anos.  Haverá uma porção de novos empregos, mas não está claro se haverá suficientes empregos novos em tempo tão exíguo.
 
Agricultura: haverá um robô agricultor de US$ 100,00 no futuro. Agricultores do 3º mundo poderão tornar-se gerentes das suas terras ao invés de trabalhar nelas todos os dias. A AEROPONIA necessitará de bem menos água. A primeira vitela produzida “in vitro” já está disponível e vai se tornar mais barata que a vitela natural da vaca ao redor de 2018. 
 
Atualmente, cerca de 30% de todos as superfícies agriculturáveis são ocupados por vacas. Imagine se tais espaços deixarem se ser usados desta forma. Há muitas iniciativas atuais de trazer proteína de insetos em breve para o mercado. Eles fornecem mais proteína que a carne. Deverá ser rotulada de FONTE ALTERNATIVA DE PROTEÍNA. (porque muitas pessoas ainda rejeitam ideias de comer insetos).
 
Existe um aplicativo chamado “moodies” (estados de humor) que já é capaz de dizer em que estado de humor V. está. Até 2020 haverá aplicativos que podem saber se V. está mentindo pelas suas expressões faciais. Imagine um debate político onde estiverem mostrando quando as pessoas estão dizendo a verdade e quando não estão.
 
O BITCOIN (dinheiro virtual) pode se tornar dominante este ano e poderá até mesmo tornar-se em moeda-reserva padrão.
 
Longevidade: atualmente, a expectativa de vida aumenta uns 3 meses por ano.  Há quatro anos, a expectativa de vida costumava ser de 79 anos e agora é de 80 anos. O aumento em si também está aumentando e ao redor de 2036, haverá um aumento de mais de um ano por ano. Assim possamos todos viver vidas longas, longas, possivelmente bem mais que 100 anos.
 
Educação: os smartphones mais baratos já estão custando US$ 10,00 na África e na Ásia.  Até 2020, 70% de todos os humanos terão um smartphone.  Isso significa que cada um tem o mesmo acesso a educação de classe mundial.  Cada criança poderá usar a academia KHAN para tudo o que uma criança aprende na escola nos países de Primeiro Mundo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

                                               Analogia Fantástica

No ventre de uma mãe havia dois bebês.  Um perguntou ao outro:

"Você acredita em vida após o parto?"

O outro respondeu: "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde."

"Bobagem", disse o primeiro. "Que tipo de vida seria esta?"

O segundo disse: "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas  e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora."

O primeiro retrucou: "Isto é um absurdo. O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos.O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação."

O segundo insistiu: "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico."

O primeiro contestou: "Bobagem, e além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá?"

"Bem, eu não sei", disse o segundo, " mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós."

O primeiro respondeu: " Mamãe, vc realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?"

O segundo disse: "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir."

Disse o primeiro:" Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe."

Ao que o segundo respondeu: "Às vezes, quando vc está em silêncio, se vc se concentrar e realmente ouvir, vc poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa"

(Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus).

sábado, 14 de maio de 2016

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Fábula: Ali Babá e os 40 ladrões

        Numa cidade da antiga Pérsia [atualmente, Irã] viviam os irmãos Cássim e Ali Babá. Cássim era um dos comerciantes de tecidos mais ricos da cidade, mas Ali Babá vivia na pobreza e tinha de cortar lenha numa floresta para sustentar a família.

     Um dia Ali Babá estava cortando lenha quando viu uma nuvem de poeira. "— Que será isso?" — pensou. Percebeu que se tratava de homens a cavalo que se aproximavam e vinham em sua direção; com medo que fossem bandidos, subiu numa árvore, junto a uma grande rochedo, e se escondeu em meio à folhagem.
  
    Do alto da árvore podia ver tudo sem ser visto. Então chegaram àquele lugar quarenta homens muito fortes e bem armados de espadas, com caras de poucos amigos. Ali Babá os contou e concluiu que eram quarenta ladrões.
     Os homens desapearam dos cavalos e puseram no chão sacos pesados que continham ouro e prata. O mais forte dos ladrões, que parecia ser o chefe, aproximou-se da rocha e disse:
— Abre-te, Sésamo !
    Assim que essas palavras foram pronunciadas, abriu-se uma porta na caverna. Todos passaram por ela e entraram na caverna, e a porta se fechou novamente. Depois de muito tempo, a passagem da caverna voltou a se abrir, e por ela saíram os quarenta ladrões. Quando todos estavam fora, o chefe disse:

— Fecha-te, Sésamo !

Os bandidos colocaram os sacos em suas montarias e voltaram pelo mesmo caminho pelo qual tinham vindo. Ali Babá os seguiu com os olhos até desaparecerem. Quando se viu em segurança, e ninguém por perto, desceu da árvore, dirigiu-se à rocha e disse:

— Abre-te, Sésamo !

A porta se abriu e Ali Babá ficou sem palavras diante do que seus olhos viram: uma grande caverna cheia dos tecidos mais finos, tapetes da Pérsia, belíssimos,  e uma enorme quantidade de moedas de ouro e prata dentro de sacos.
     Ali Babá entrou com os três burros que costumava levar quando ia cortar lenha, e a porta imediatamente se fechou atrás dele. O rapaz carregou os animais com sacos de moedas de ouro e jóias, depois disso, pronunciou as palavras mágicas que abriam e fechavam a porta da caverna e foi em direção à cidade. (Fecha-te Sésamo !)

     Quando viu o ouro, sua mulher pensou que o marido tinha-se tornado um ladrão, mas ele contou tudo o que acontecera, recomendando-lhe que mantivesse segredo absoluto a respeito daquela história e não a contasse a ninguém. Quando Ali Babá falou em esconder as moedas num buraco, a mulher, então, disse:

— Boa idéia, mas antes quero contar quantas moedas de ouro temos. Vou pedir um medidor ao vizinho, enquanto você cava o buraco.

O vizinho era, justamente, Cássim, irmão de Ali Babá, que não estava em casa. Ela, então, pediu à mulher dele o medidor emprestado: uma espécie de concha grande, com a qual se calculavam as medidas de açúcar e outros mantimentos. Cheia de desconfiança, a cunhada pensou:

— Que coisa mais estranha! Para que querem um medidor ? O que é que a mulher de Ali Babá está querendo contar naquela casa tão miserável ?

Para descobrir o que era, decidiu untar (melecar) com cola o medidor; talvez um pouco daquilo ficasse grudado sem que ninguém percebesse...

Enquanto Ali Babá cavava, sua mulher calculou as medidas de ouro; depois, foi devolver o medidor à vizinha sem perceber que uma das moedas ficara presa e colada. A vizinha viu a moeda de ouro, ficou espantada, ardeu de inveja e, quando o marido chegou a casa, disse-lhe:

— Você pensa que é rico, Cássim, mas Ali Babá, seu irmão, é muito mais: até calcula quantas medidas de ouro tem!

Cássim também foi tomado pela inveja e nem pôde dormir aquela noite. No dia seguinte, foi até a casa do irmão disposto a esclarecer aquilo tudo. Lá, até ameaçou denunciar Ali Babá à polícia, se ele não lhe contasse tudo. Ali Babá, então, acabou por contar o que lhe acontecera; depois, pediu segredo ao irmão, prometendo-lhe, em recompensa, uma parte do tesouro. Cássim concordou e se despediu do irmão. Mas na manhã seguinte, bem cedo, Cássim dirigiu-se à caverna sozinho, com dez burros, disposto a voltar carregado de ouro. Ao chegar à porta da rochedo, disse:

— Abre-te, Sésamo!

A porta se abriu, Cássim entrou e ela se fechou de novo atrás dele. Que surpresa e contentamento sentiu quando a sua frente pôde ver tesouros que ele nem em sonho poderia imaginar!
 Apoderou-se de tudo o que podia levar, carregando os burros, e, ficou tão extasiado que, quando foi sair, disse:

— Abre-te, Cevada!

    Mas a porta continuou fechada. Foi então que ele se deu conta de que esquecera qual era a palavra mágica para abrir a passagem. Apavorado, tentou outras frases, mas nada, não conseguia acertar ! E ficou preso lá dentro da caverna. Por volta do meio-dia, os ladrões retornaram à rocha. Pronunciaram as palavras mágicas e entraram.
Ao verem Cássim, ficaram furiosos e imediatamente o mataram. Depois, interrogaram-se surpresos: como aquele homem conseguira entrar? Como descobrira o segredo? Para que ninguém ousasse sequer se aproximar da rocha novamente, cortaram o corpo de Cássim em quatro partes e o deixaram pendurado lá dentro. Depois, foram embora.

A esposa de Cássim ficou muito preocupada quando viu cair a noite sem que seu marido regressasse.
Foi à casa do cunhado e expressou seus temores. Ali Babá, suspeitando de que algo grave acontecera ao seu irmão, foi para a caverna. Quase desmaiou quando viu o corpo do irmão cortado em pedaços. Recolheu-os em dois sacos e voltou para a cidade com a intenção de sepultá-los.

Os quarenta ladrões ficaram espantados ao retornar à caverna e não avistarem o corpo de Cássim. O chefe disse ao bando:

— Estamos perdidos! Precisamos dar um jeito nisso, ou perderemos todas as nossas riquezas. O corpo desaparecido mostra que duas pessoas conseguiram descobrir nosso segredo: liquidamos uma delas, agora precisamos acabar com a outra.
    Um dos ladrões se dispôs a ir à cidade, encarregando-se da missão de descobrir quem era a pessoa que sabia do segredo. Se falhasse, seria morto por seus colegas bandidos, que, despedindo-se dele, elogiaram muito sua bravura.

   Havia um sapateiro na cidade, muito trabalhador e querido, chamado Mustafá. Ali Babá o encarregara de costurar o corpo do irmão Cássim para o enterrar com decência. Por uma infeliz coincidência, foi justamente esse homem sapateiro que o ladrão primeiramente viu ao chegar à cidade de manhãzinha, pois a loja do sapateiro era a única aberta àquela hora. O ladrão o cumprimentou e disse:

— O senhor começa seu trabalho muito cedo! Na sua idade, não sei como consegue enxergar para costurar esses sapatos!
— Apesar de velho, respondeu o sapateiro, meus olhos são muito bons. Há poucos minutos costurei um morto num lugar que tinha menos luz que nesta minha loja — respondeu Mustafá.

    Contente com aquela informação, o ladrão deu duas moedas de ouro na mão do sapateiro, rogando-lhe que dissesse onde ficava a casa em que ele costurara o morto. Depois de olhar para aquelas moedas brilhantes, Mustafá acabou por concordar e levou o ladrão até a frente da casa de Cássim, que agora pertencia a Ali Babá. O ladrão pegou um pedaço de giz e fez uma cruz na porta. Depois, foi-se embora em direção à floresta.

A esposa de Cássim tinha uma empregada muito bonita e esperteza, chamada Morjana. A moça, ao sair da casa, notou o sinal e desconfiou de alguma tramóia:

— Que será isso? Que coisa mais estranha! Certamente querem prejudicar meu patrão !
    Pegou, então, um pedaço de giz e marcou com o mesmo sinal três portas à direita e mais três à esquerda.

    Os ladrões foram até à cidade e pararam diante de uma das portas que tinham a marca de giz feita por Morjana. O ladrão que tinha estado ali no dia anterior disse:

— É esta!
    O chefe dos ladrões, porém, notou que havia outras seis casas cujas portas traziam o mesmo sinal e perguntou-lhe qual era, de fato, a porta que ele tinha marcado. Confuso, o homem não soube o que responder. Voltaram todos para a floresta, e o ladrão que falhara em sua missão foi morto pelos colegas.

    Aquilo já era uma afronta! Um dos ladrões se dispôs espontaneamente a retornar à cidade e descobrir onde morava o homem que descobrira o segredo da caverna. Chegou, como o primeiro, ao raiar do dia, e topou com Mustafá. A história se repetiu: o sapateiro acabou por conduzir o ladrão até a casa de Ali Babá. Para não se confundir como o primeiro, o ladrão marcou a casa com tinta vermelha e voltou para junto dos seus comparsas. Como da outra vez, Morjana notou o sinal e marcou várias outras portas das proximidades também com tinta vermelha.

    Quando o bando rumou para a cidade, viu-se diante da mesma confusão da outra vez, e o segundo bandido encarregado daquela missão foi executado.

    Os ladrões agora eram trinta e oito. Depois daquele segundo fracasso, o chefe resolveu ele mesmo se encarregar da missão. Foi pessoalmente à cidade, encontrou Mustafá sapateiro e, diante da casa de Ali Babá, em vez de deixar algum sinal, limitou-se a observá-la cuidadosamente, examinando cada detalhe que a distinguia das outras. Depois, voltou para a floresta e pôs em execução o seu plano.

    Mandou comprar trinta e oito grandes tambores para guardar azeite. Encheu de azeite apenas um deles e, nos outros, fez com que entrassem os bandidos, fortemente armados. Em cada tambor, havia pequenos buracos para que os homens pudessem respirar.

    Com os trinta e sete tamores que serviam de esconderijo aos ladrões e mais um barril cheio de azeite, carregaram-se dezenove mulas, e lá se foi o chefe à cidade. Localizou facilmente a casa de Ali Babá, que estava na frente tomando sol. Disse-lhe:

— Venho de muito longe e vim à cidade para vender meu azeite. Mas cheguei cedo demais. A noite está caindo e eu preciso dar algum descanso para as minhas mulas. O senhor não poderia me abrigar em sua casa só por esta noite?
    Ali Babá não reconheceu o chefe dos bandidos, que estava disfarçado, e aceitou amigavelmente recebê-lo em sua casa. Mandou que Morjana preparasse para o hóspede um jantar e uma cama. Os tambores foram descarregados das mulas e colocados na garagem da casa.

    Após a refeição, Ali Babá foi dormir, e o chefe dos ladrões conseguiu às escondidas encaminhar-se para onde estavam os tambores. Disse a cada um dos seus homens que neles se escondiam:

— À meia-noite, quando ouvirem minha voz, usem suas facas e punhais para abrir a tampa dos tambores e saiam.
    Após instruir seus homens, foi ao quarto que Morjana lhe havia preparado e fingiu que dormia. A empregada foi cuidar do serviço de casa. Estava entretida com seus afazeres, quando, de repente, as luzes  se apagaram. Mas não havia azeite na casa. Que fazer? O empregado Abdullah, vendo-a toda atrapalhada, disse:

— Por que essa tempestade em copo de água? Há tantos tambores cheios de azeite na garagem ! Por que você não vai lá pegar a quantidade necessária?
    Assim fez Morjana. Mas, ao se aproximar do primeiro barril, ouviu o bandido que estava escondido dentro dele perguntar, baixinho, pensando que era o chefe:

— Já está na hora?
    Assustada, Morjana ficou um tempo sem saber o que responder. Percebeu que em vez de azeite aqueles tambores escondiam bandidos perigosos. Rapidamente, pensou num meio de enfrentar aquela situação delicada. Criou coragem e, imitando a voz do chefe dos bandidos, disse:

— Ainda não é hora. Tenha paciência.
    Morjana foi de tambor em tambor, dando sempre a mesma resposta aos ladrões que lhe perguntavam se tinha chegado a hora. O último tambor continha azeite de verdade. Morjana encheu um jarro, acendeu uma lamparina e pôs em prática seu plano.

    Numa grande panela ferveu azeite. Depois, indo de tamor em tambor, derramou o líquido fervente sobre cada bandido, matando-os todos.

    À meia-noite, o chefe se levantou da cama, foi até a garagem e chamou seus homens. Não houve resposta. Sentindo cheiro de carne queimada, assustou-se. Abriu o primeiro tambor, depois o segundo e os demais — e só encontrou cadáveres. Temendo pela sua própria vida, fugiu correndo.

    De manhã, Ali Babá levantou-se e foi tomar seu banho, sem desconfiar do que se passara. Ao voltar para casa, estranhou que os tambores ainda estivessem na garagem. Morjana, então, mostrou-lhe o que eles na verdade traziam bandidos e contou o que acontecera. Ali Babá ficou muito agradecido e prometeu recompensar a empregada por ela lhe ter salvado a vida. Depois, junto com um outro empregado, tratou de enterrar os bandidos mortos numa grande fossa no cemitério da cidade. Escondeu os tambores e as armas e vendeu as mulas no mercado.

  O chefe dos ladrões voltou para a floresta, furioso e indignado, disposto a se vingar de qualquer maneira. Depois, arquitetou um plano. Com riquezas tiradas da gruta, comprou tecidos finíssimos e abriu uma loja na cidade, fazendo-se passar como comerciante Codja Hussan. A loja ficava em frente do estabelecimento que pertencera a Cássim e que agora era dirigido pelo filho de Ali Babá. O chefe dos bandidos, falso comerciante  pouco a pouco acabou por fazer com que o rapaz o considerasse seu amigo. O bandido muitas vezes o convidava para jantar.

    Um dia, o filho de Ali Babá decidiu retribuir a gentileza, convidando Codja Hussan para jantar. Ali Babá se encarregou de preparar um grande banquete para o amigo do filho. No dia combinado, o bandido, chamado para a mesa, desculpou-se dizendo que não comia comida com sal, pois assim lhe recomendara um médico. Ali Babá, então, mandou que Morjana não pusesse sal na carne que seria servida no banquete. A empregada ficou aborrecida e disse:

— Mas quem é esse homem que não come sal?

    Intrigada, quando foi ajudar a levar os pratos à mesa, lançou um olhar muito atento para o convidado. De repente, estremeceu: era o chefe dos ladrões que desejava atacar seu patrão! Por isso, não queria comer sal junto com ele. E imediatamente pensou num plano para salvar seu patrão.

    Chegada a hora das frutas, Morjana as levou junto com o vinho. O falso mercador pensava em seu plano: embriagar pai e filho e cravar um punhal no coração de Ali Babá.

    Morjana vestiu-se de dançarina, colocou um punhal no cinto e cobriu o rosto com um véu. Chamou um músico para tocar violão e os dois entraram na sala do banquete, pedindo permissão para se apresentarem. Ali Babá respondeu:

— Capriche, Morjana, e faça o melhor que puder para entreter nosso hóspede Codja Hussan!
    O hóspede fingiu estar encantado com aquela proposta que, na verdade, vinha atrapalhar seus planos. O músico pôs-se a tocar o violão e Morjana a dançar com passos e movimentos delicados. Depois, a dançarina passou para um novo tipo de dança, a que mais agradou: tomou do punhal e com ele fingiu atacar um inimigo invisível. Por fim, parou e pegou o violão para pedir aos presentes um pagamento, como faziam os dançarinos profissionais.

    Ali Babá deu-lhe uma moeda de ouro, e o mesmo fez seu filho. Quando chegou a vez de Codja Hussan, no momento em que ele pôs a mão em sua bolsa para pegar uma moeda, Morjana mais do que depressa cravou o punhal em seu coração, matando-o, pois era um monstro, não eras uma pessoa de verdade. Ali Babá exclamou:

— O que você fez? Matou um hóspede, um amigo de meu filho. Isso será a minha ruína!
    Morjana, então, contou ao patrão o que descobrira. Fez com que ele olhasse atentamente o rosto do falso mercador e reconhecesse o chefe dos ladrões. Mais uma vez, fora salvo pela empregada. Agradecido, disse:

— Você me salvou por duas vezes; agora eu lhe darei muito ouro. Mais: em recompensa por sua lealdade, você será minha nora.
    Enterraram, então, o corpo do chefe dos bandidos e, dias depois, festejou-se o casamento do filho de Ali Babá com Morjana, em meio a cantos, danças e muitas outras diversões.

    Ali Babá demorou um ano para retornar à gruta, pois ainda não sabia que todos os quarenta ladrões estavam mortos. Depois de um ano, mais tranqüilo, voltou para lá. Diante da caverna, disse:

— Abre-te, Sésamo!
    E a porta se abriu. Ali Babá notou que ninguém mais entrara na caverna; os ladrões, portanto, estavam todos mortos. Agora só ele sabia do segredo. Encheu alguns sacos com moedas de ouro e prata e voltou para sua cidade.

    Com o passar do tempo, Ali Babá contou o segredo a seu filho e depois a seus netos. Ali Babá e sua família viveram o resto de sua vida na riqueza, naquela cidade onde um dia ele fora muito pobre.

    Graças àquele tesouro, Ali Babá se tornou um homem respeitado e honrado.

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Não confunda Ali Babá com um dos 40 ladrões. Simplesmente um ladrão que rouba ladrão. 






terça-feira, 19 de abril de 2016

A Fábula dos Porcos Assados

O texto original deste trabalho, em espanhol, circulou entre os alunos do curso de pós-graduação da Universidade de Piracicaba em 1981. A sutileza com que o autor satiriza um dos problemas de nossos tempos fez com que imediatamente o texto chamasse a atenção de alunos e professores, convertendo-se em tema de conversas e debates. Aos leitores, a Fábula dos Porcos Assados:
Uma das possíveis variações de uma velha história sobre a origem do assado é a seguinte: Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir daí, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque... até que descobriram um novo método.
Mas o que quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o SISTEMA para implantar um novo. Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: às vezes os animais ficavam queimados demais ou parciamente crus. O processo preocupava muito a todos, porque se o SISTEMA falhava, as perdas ocasionadas eram muito grandes - milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assá-los. Portanto, o SISTEMA simplesmente não podia falhar. Mas, curiosamente, quando mais crescia a escala do processo, tanto mais parecia falhar e tanto maiores eram as perdas causadas.
Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o SISTEMA. Congressos, seminários, conferências passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Mas parece que não acertavam o nelhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte repetiam-se os congressos, seminários, conferências.
As causas do fracasso do SISTEMA, segundo os especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou à inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excesivamente verdes, ou à umidade da terra, ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas...
As causas eram, como se vê, difíceis de determinar - na verdade, o sistema para assar porcos era muito complexo. Fora montada uma grande estrutura: maquinário diversificado; indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiadores que eram também especializados (incediadores da Zona Norte, da Zona Oeste, etc., incendiadores noturnos e diurnos - com especialização e matutino e vespertino - incendiador de verão, de inverno, etc.). Havia especialista também em ventos - os anemotécnicos. Havia um Diretor Geral de Assamento e Alimentação Assada, um Diretor de Técnicas Ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um Administrador Geral de Reflorestamento, uma Comissão de Treinamento Profissional em Porcologia, um Instituto Superior de Cultura e Técnicas Alimentícias (ISCUTA) e o Bureau Orientador de Reforma Igneooperativas.
Havia sido projetada e encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação - utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais que três horas seguidas.
Eram milhões de pessoas trabalhando na preparação dos bosques, que logo seriam incendiados. Havia espacialistas entrangeiros estudando a importação das melhores árvores e sementes, fogo mais potente, etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, além de mecanismos para deixá-los sair apenas no momento oportuno.
Foram formados professores especializados na construção dessas instalações. Pesquisadores trabalhavam para as universidades para que os professores especializados na construção das instalações para porcos; fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as iniversidades que preparavem os professores especializados na cosntrução das instalações para porcos, etc.
As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que o incêndio médio da floresta atingisse 47 graus, posicionar ventiladores-gigantes em direção oposta à do vento, de forma a direcionar o fogo, etc. Não é preciso dizer que os poucos especialistas estavem de acordo entre si, e que cada um embasava suas idéias em dados e pesquisas específicos.
Um dia, um incendiador categoria AB/SODM-VCH (ou seja, um acendedor de bosques especializado em sudoeste diurno, matutino, com bacharelado em verão chuvoso), chamado João Bom-Senso, resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então sobre uma armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.
Tendo sido informado sobre as idéias do funcionário, o Diretor Geral de Assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouví-lo pacientemente, disse-lhe:

  • Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas não funciona na prática. O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?
  • Não sei - disse João.
  • E os especialistas em sementes? Em árvores importadas? E os desenhistas de instalações para porcos, com suas máquinas purificadores automáticas de ar?
  • Não sei.
  • E os anemotécnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao país? Vou mandá-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo? Heim?
  • Não sei - repetiu João encabulado.
  • O senhor percebe agora que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? O senhor não vê, que , se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito tempo atrás? O senhor com certeza compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas, sem chamas! O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas árvores não dão frutos e nem têm folhas para dar sombra? Vamos, diga-me.
  • Não sei, não senhor.
  • Diga-me, nossos três engenheiros em Porcopirotecnia, o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor?
  • Sim, parece que sim.
  • Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotecnia indica que nosos sistema é muito bom. O que eu faria com indivíduos tão importantes para o país?
  • Não sei.
  • Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos - por exemplo, como melhorar as anemotécnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (nossa maior carência), como contruir instalações para porcos com mais de sete andares. Temos que melhorar o sistema, e não transformá-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!
  • Realmente, eu estou perplexo! - respondeu João.
  • Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por aí que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina. Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia - isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor rntende. Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?

João Bom-Senso, coitado, não falou mais um "A". Sem despedir-se, meio atordoado, meio assustado com a sua sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu. Por isso é que até hoje se diz, quando há reuniões de Reforma e Melhoramentos, que falta o Bom-Senso.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.

Um professor de economia disse na universidade que ele nunca havia reprovado um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o Socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e “justo”.

O professor então disse: "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe... Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam “justas”.
Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A".

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B".
Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.

Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas.
Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".
Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".

As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe.
A busca por “justiça” dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos foram reprovados...
Para surpresa geral!

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus partiparticipantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."

Esta história torna claras as seguintes verdades abaixo:

1. “É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.

2. Para cada pessoa que receba sem trabalhar, é preciso que haja outra pessoa que trabalhe sem receber, pois o governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.

3. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

4. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

segunda-feira, 4 de abril de 2016


LIBERDADE

Liberdade para quê? Liberdade para quem?
Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar?
Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e  hipócritas?
Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à  luz do dia, já dura 26!
Fala-se muito em liberdade!
Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros  fumê!
Mas, afinal, o que se vê?
Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros, negociação com bandidos,  violência e muita hipocrisia.
Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos  “bullying”, conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas,  crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças  assassinadas.
Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras  invadidas, favelas atacadas, policiais bandidos e assaltos a mão armada.
Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e seqüestros. Uma terra em que a família não é valor,  onde menores são explorados e violados por pais, parentes, amigos,  patrícios e estrangeiros.
Mas, afinal, onde é que nós vivemos?
Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado,  indenizado e transformado em herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis  para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças!
Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos. É aqui, na terra da “liberdade”, que  encontramos a “cracolândia” e a “robauto”, “dominadas” e vigiadas pela  polícia!
Vivemos no país da censura velada, do “microndas”, dos toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência  pacífica do contraventor com o homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e  a vida de dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras  destruídas e o gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas cientificas  de anos, irrecuperáveis!
Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?
Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a  controla?
Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos de paz?
E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do crime, do desmando e da  desordem?
Quanta falsidade, quanta mentira, quanta canalhice ainda teremos que suportar, sentir e sofrer, até que a  indignação nos traga de volta a vergonha, a autoestima e a própria  dignidade?
Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de volta a nossa liberdade?

Discurso do General  PAULO CHAGAS. General da Reserva do Exército do  Brasil.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Como era a vida na Suméria, na Mesopotâmia.

1)  Aristocratas no deserto
Os sumérios foram o primeiro povo urbano da história. Eles viveram entre 4000 a.C. e 1600 a.C. em várias cidades muradas independentes. Cada uma era governada por um rei, pelos nobres e por uma classe de sacerdotes muito influente. O rei controlava o exército e indicava os juízes, que tinham o poder de solucionar litígios e punir crimes. As penas incluíam amputação de membros e morte na forca ou na fogueira

2) O último grito da moda
As mulheres usavam vestido até os pés, véu e pano sobre a cabeça e o rosto. Dentro de casa, ou em ocasiões festivas, deixavam os cabelos à mostra - e caprichavam no perfume. Homens usavam saia que ia até os tornozelos e camisa, ou então túnica longa de peça única. Os ricos usavam muito linho. Os pobres, lã. Mas todos detestavam tons neutros e preferiam vestes bem coloridas

3) Quitinete
Feitas de barro e pintadas de branco, as casas tinham apenas 9 m2. Só serviam como cozinha (tarefa das mães) e quarto (nas noites chuvosas ou frias; quando fazia calor, todo mundo ficava do lado de fora). A criançada brincava e lutava nos quintais. E os pais podiam alugá-las como escravas, por curtos períodos, para lhes ensinar uma lição. Outro costume bizarro: se o marido morresse, a viúva se casava com o cunhado!

4) Ricos sem nobreza
Era muito difícil mudar de classe social e alcançar a nobreza. Mas os sumérios podiam ficar ricos e viver com conforto. O ambiente da cidade estimulou o surgimento de diversas ocupações bem pagas: escribas, engenheiros, artesãos, pedreiros, tecelões, joalheiros, músicos e poetas. Mas os comerciantes eram os que mais enriqueciam, revendendo bens buscados na Ásia, na África e no Mediterrâneo

5) 12 meses
Os sumérios eram grandes matemáticos, pioneiros em calcular raízes quadradas e frações. Usavam o sistema sexagesimal, baseado no número 60, para identificar horas e ângulos, e assim dividiram o ano em 12 meses, começando depois da colheita (o equivalente a outubro para nós). A vida cultural também incluía a produção de joias, esculturas e pinturas, além de muita música, tocada num tipo de alaúde

6) 12 anos
Com um pedaço de bambu pontiagudo e tijolos ainda quentes, os sumérios inventaram a linguagem escrita. Conhecida como cuneiforme, ela era usada para registrar as transações comerciais, as sequências de reis e as histórias da mitologia religiosa. Para dominar todos os caracteres, os garotos tinham de estudar por 12 anos, no templo ou em casa

7) Comer, rezar, amar
Os templos davam emprego a boa parte dos moradores e também serviam como hospitais. Os sacerdotes e as sacerdotisas estudavam os rins de animais sacrificados para fazer diagnósticos e receitavam de chás a rituais de exorcismo. Também era no templo que se cultuavam vários deuses. Eles recebiam comida especialmente preparada e sacrifícios em forma de prostituição de mulheres selecionadas

8) Sacerdotes bons de conta
Havia duas autoridades religiosas mais importantes. Uma delas cuidava das orações e oferendas aos deuses. A outra gerenciava a vida cotidiana da cidade, do correio às obras de engenharia, e cobrava taxas, pagas com a moeda local ou com barras de ouro ou prata. Todo movimento financeiro feito pelos comerciantes passava pelo controle dos religiosos

9) Mesa farta
Para lidar com as cheias dos rios Tigre e Eufrates, que alagavam sem previsão e destruíam as colheitas, os sumérios inventaram arados, diques e canais de irrigação. Isso permitiu levar à mesa uma dieta rica em maçãs e figos, além de carne de porco, cabra e ovelha e trigo e cevada, usados para fazer pão e cerveja. O gergelim servia para fazer um azeite usado na comida e na iluminação pública

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016


Por que alguém faria isso?

          Há alguns anos, entrei numa estação de metrô em Estocolmo, a tão civilizada capital da tão primeiro-mundista Suécia, e notei que havia entre muitas catracas comuns uma de passagem livre. Questionei a vendedora de bilhetes o porquê daquela catraca permanentemente liberada, sem nenhum segurança por perto, e ela me explicou que era destinada às pessoas que por qualquer motivo não tivessem dinheiro para a passagem. Minha mente incrédula e cheia de jeitinhos brasileiros não conteve a pergunta óbvia (para nós!): e se a pessoa tiver dinheiro mas simplesmente quiser burlar a lei?

          Aqueles olhos suecos e azuis se espremeram num sorriso de pureza constrangedora – Mas por que ela faria isso?, me perguntou. Não lhe respondi. Comprei o bilhete, passei pela catraca e atrás de mim uma multidão que também havia pago por seus bilhetes. A catraca livre continuava vazia, tão vazia quanto minha alma brasileira – e envergonhada.

 (Décio Tadeu Orlandi, bacharel em Letras pela USP e mestre em Literatura pela UFG.

          Depois da crônica acima, fico a cismar sobre a interrogação: Por que alguém faria isso?

          Quando uma reportagem mostra um acidente de caminhão expondo sua carga ao chão e pessoas as saqueando, pergunto: Por que alguém faria isso?

          Quando depois de inundações ou deslizamentos, os flagelados ficam tomando conta do que restou, preocupado com saqueadores, pergunto: Por que alguém faria isso?

          Quando me contam que existem pais que permitem que bandidos, viciados e traficantes eduquem seus filhos, pergunto: Por que alguém faria isso?

          Quando os governantes de um País insistem em implantar um regime falido – como atestam todos os países que já o adotaram –que, para funcionar exige um sistema ditatorial e totalitário e que, para ser ditatorial, ou seja, manter sempre os mesmos governantes, exige que se mantenha a não educação ou emburrecimento e o empobrecimento da população, pergunto: Por que alguém faria isso?

          Quando a oposição a um governo se vende por dinheiro e ou favores à situação, pergunto: Por que alguém faria isso?


          Quando a grande massa dessa população governada, elege tais candidatos bandidos, sabendo que têm ficha suja, pergunto: Por que alguém faria isso?

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

                    O discurso de Bill Gates


Bill Gates foi convidado por uma escola secundária para uma palestra. Chegou de helicóptero, tirou o papel do bolso onde havia escrito onze itens. Leu tudo em menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero. O que estava escrito é muito interessante, leiam:

1. A vida não é fácil — acostume-se com isso.

2. O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

3. Você não ganhará R$20.000 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

4. Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

5. Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

6. Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

7. Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

8. Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido… RUA!!! Faça certo da primeira vez!

9. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

10. Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

11. Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles.