Maria
e Giuseppe – Da Itália para o Brasil
Notando o
interesse da atual geração de Manzoli’s pelas histórias de ancestralidade da família
e observando, também, que a fila anda, gerações se sucedem e as memórias se
perdem e considerando, ainda, que pertencemos à uma geração em extinção,
registro aqui algumas memórias que poderão interessar à algum Manzoli ou
descendente.
Por volta do
ano de 1680 nasceu em Libiola – fração da (Comune di Sestri Levante, Liguria
It) Sante Manzoli.
Sante casou-se
com Bárbara Zapparolli Manzoli e tiveram um filho chamado Isidoro Manzoli.
Isidoro e sua
esposa tiveram cinco filhos. O primogênito chamava-se Giacomo Manzoli.
Giacomo e sua
esposa tiveram cinco filhos O segundo chamava-se Domenico Manzoli (1772 a
1841).
Domenico
casou-se com Ângela Martinelli Manzoli e tiveram cinco filhos. O terceiro
chamava-se Carlo Manzoli (1805).
Carlo
casou-se com Cecilia Benfatti Manzoli e tiveram dez filhos. O primogênito
chamava-se Giuliano Martino Manzoli (1830-1900).
Giuliano
casou-se com Giusepha Carnevalli Bertolucci Manzoli e tiveram seis filhos. O
quarto chamava-se Giuseppe Vitorio Manzoli (1868-1947)
Em Poggio
Rusco – Mantova It Giuseppe conheceu
Maria, filha de Ângelo Bassoli e Elena Cantoni Bassoli e casaram-se em 27 de
abril de 1893 na “Parrocchia Del S. Nome de Maria” em Poggio Rusco – Mantova.
Em 15/05/1896
tiveram o primeiro filho que lhe deram o nome de Federico Manzoli e em
25/08/1897 o segundo e lhe deram o nome de Osiride Manzoli.
Para dar uma
ligeira visão da situação social da Itália no Século Dezenove, colocamos aqui a
resposta de um italiano a um Ministro de Estado de seu País, a propósito das
razões que estavam ditando a emigração em massa
“Que
coisa entendeis por uma Nação, Senhor Ministro?
É
a massa dos infelizes?
Plantamos
e ceifamos o trigo, mas nunca provamos pão branco.
Cultivamos
a videira, mas não bebemos o vinho.
Criamos
animais, mas não comemos carne.
Apesar
disso, vós nos aconselhais a não abandonarmos a nossa Pátria?
Mas
é uma Pátria a terra em que não se consegue viver do próprio trabalho?”
Nesse contexto, Giuliano, seu filho
Giuseppe e suas esposas decidiram mudar-se para o Brasil e empreenderam essa
viagem a partir do Porto de Gênova em 31/10/1898.
No passaporte de Giuliano
Manzoli, emitido na Provincia de Mantova e liberado em out/1898, consta o
seguinte:
“O
Ministro de Assuntos Estrangeiros solicita às autoridades Civis e Militares de
Sua Majestade e das Forças Aliadas deixarem passar livremente
Manzoli
Giuliano filho de Carlo que vai para São Paulo, Brasil com sua esposa
Carnevalle Giusepha com 57 anos.”
No passaporte de Giuseppe
Manzoli, emitido na Provincia de Mantova e liberado em out/1898, consta o
seguinte:
“O
Ministro de Assuntos Estrangeiros solicita às autoridades Civis e Militares de
Sua Majestade e das Forças Aliadas deixarem passar livremente
Manzoli
Giuseppe filho de Giuliano que vai para São Paulo, Brasil com sua esposa Basoli
Maria com 24 anos e os filhos Federico com 2 anos e Oziride com 1 ano.”
A
viagem foi feita no navio chamado “Minas”. Saiu de Gênova, It em 31/10/1898 e
chegou ao Brasil (Santos-SP) em 22/11/1898.
Maria
estava, na viagem, gestante de Isac que viria a nascer em 11/04/1899, portanto,
cinco meses da chegada ao Brasil.
A
família chefiada por Giuliano foi encaminhada para a região de Araraquara (SP)
e ficou radicada na cidade de Boa Esperança do Sul – SP.
A
nota triste dessa aventura foi a morte de Giuliano Martino Manzoli em 9/2/1900,
pouco mais de um ano da chegada ao Brasil.
Em
10/09/1900 nasceu o quarto filho do casal Giuseppe e Maria que recebeu o nome
de Juliano em homenagem ao recém-finado avô.
Em
Boa Esperança do Sul nasceram mais os filhos:
Ângelo
Manzoli em 28/10/1902;
Eugênio
Manzoli em 01/09/1904;
Ferdinando
Manzoli em 08/05/1906;
Elena
Manzoli em 25/08/1907;
Irma
Manzoli em 02/10/1909;
Remo
Manzoli em 01/07/1911;
Mário
Manzoli em 24/04/1913 que faleceu em 1914; e
Rômulo
Manzoli em 26/03/1916.
Federico,
aliás, Frederico, casou-se com Catharina Bonato de Boa Esperança do Sul e foram
morar e criar seus filhos Irineu Armando, Valter, Waldir, Milton e Rubens em
Araraquara (SP). Viveu até 04/04/1983.
Osiride,
aliás, Oziride, casou-se com a filha de seu patrão, Henriqueta Bertolucci de
Bonfim Paulista, em Araraquara onde nasceu a primogênita Anilde Aparecida. Mudaram-se
para Pedra Branca SP onde nasceu o segundo filho: Hellio. Mudaram-se para o
Parque Industrial de Matão (Toriba) onde nasceu o terceiro filho: Wilson. Em
Araraquara nasceu a filha Dirce. Mudaram-se para Jacaúna SP onde nasceu o filho
Orlindo. Retornaram para Araraquara onde nasceram os filhos: Yvonne, Ozíride
Filho (eu) e Cleide. Em 1941 mudaram-se
para Tabatinga SP de onde retornaram para Araraquara em 1949. Viveu até
08/12/1986
Isac
permaneceu solteiro e trabalhando como pedreiro com seu pai e irmãos. Mudou-se
para São Paulo e sempre que podia visitava Araraquara. Faleceu em Araraquara
com câncer no fígado em 23/10/1961.
Juliano casou-se com Santina Ferrari de Boa
Esperança do Sul e foram morar e criar seus filhos Carlos José (Carlito);
Geraldo; Reinaldo, Nelson e Maria Aparecida em Dobrada SP.
Ângelo
casou-se com Felícia Billi de Pirassununga SP, teve quase todos seus filhos
nascidos no Estado de São Paulo, nas imediações de Araraquara. Seu
Salvo-Conduto foi emitido pela Delegacia de Polícia de Matão (SP). Sua filha
Cezira nasceu e foi batizada em Tabatinga SP em 16/06/1934. Mudou-se para o
Paraná para onde foi criar seus filhos: Silvio, Diva, Deolinda, Cezira, Marina,
Maria, Cecilia, Donato, Antonio e Aparecido. Viveu até 08/03/1995.
Eugênio
casou-se com Amélia Bonato de Boa Esperança do Sul (cunhada de Frederico
Manzoli) e foram morar e criar seus filhos Ítalo, Hercília, Hercídio, Oswaldo,
Eunice, Ítalo e Eduardo Armando em Olímpia SP, com casa comercial de tecidos e
armarinhos no centro da cidade com o nome de “Casa Manzoli”.
Ferdinando
casou-se com Felícia Diana, de Sertãozinho SP e foram morar e criar seus filhos
Clarice, Lourdes, José, Luiz, Claudina e Cláudio em São Paulo SP. Viveu até
06/07/1958.
Elena
casou-se com Maurício Carpigiani e foram morar e criar suas filhas Alzira, Elza
e Esther em São Paulo SP.
Irma
casou-se com Antonio Diana de Sertãozinho SP e foram morar e criar seus filhos
Abner, Orlando, Ilda, Antonio, Zineide e Zinedir em São Paulo SP.
Remo
casou-se com Alzira de Angelis, de Santa Maria da Serra SP e foram morar e
criar seus filhos José, Renato, Maria, Eugênio, Rene, Reinice e Lenira em São
Paulo SP.
Rômulo
casou-se com Joventina Sigo e foram morar e criar seus filhos Sérgio, Vilma,
Roberto e Wagner em São Paulo SP. Existe registro de inscrição de firmas
comerciais da Comarca de Pederneiras SP em nome de Rômulo Manzoli com data de 20/08/1940.
O
casal Maria e Giuseppe mudaram-se para São Paulo SP, Vila Carrão, onde viveram
ainda muitos anos de suas vidas. Giuseppe faleceu em 30/04/1947 com 79 anos de
idade e Maria em 05/05/1968 com 94 anos de idade. Lembro-me da visita da “Noninha”
– como a chamávamos – a Araraquara onde presenteou-nos com sua presença por
mais de semana. Foi muito agradável, passava os dias fazendo meias de lã com
pontos de tricô com três ou quatro agulhas, não me lembro.
Osíride, Eugênio, Ângelo, Juliano,
Isac, Frederico, Ferdinando, Elena, Rômulo, Maria Bassoli Manzoli, Giusepha
Carnevalli Bertolucci Manzoli, Giuseppe Manzoli, Remo e Irma.
Por:
Ozíride Manzoli Filho e dados de Wilson Manzoli.
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