segunda-feira, 14 de dezembro de 2015


Arnaldo Jabor - 27-10-2015


Faltam-me palavras para dar conta do que está acontecendo no Brasil. Eu nunca vi o país assim. Já vi crises violentas como a morte de Getúlio ou o golpe militar, mas esta tem uma característica diferente; é pastosa, uma areia movediça que engole tudo.
O que é uma crise? Digamos que um projeto político ou empresarial quisesse chegar a determinado objetivo. Corria um risco. Se não desse certo, teríamos uma crise. Era a época dos riscos. Hoje, vivemos na incerteza, porque não sabemos como agir.
Hoje, a crise é sonâmbula – como chegar e aonde chegar? O grave é que esses impasses estão eliminando os instrumentos institucionais da democracia.
O Congresso brasileiro é chefiado por dois sujeitos investigados com provas e recibos por crimes na Lava Jato, e também o Renan quando fugiu para não ser cassado pela evidência de suas jogadas. E hoje preside o Senado. Conta isso para um alemão, um inglês, e eles não acreditarão.
O Brasil está se esvaindo em sangue por causa de um cabo de guerra entre Dilma e Cunha, em amor e ódio, em busca de proteção mútua: "Você me salva do impeachment, e eu tento evitar sua cassação". O Brasil está paralisado porque Cunha está mandando no país, porque detém o poder de chantagear todo mundo, mesmo denunciado até pela Suíça (que chique!). Como pode o Legislativo estar nas mãos desses caras? Parece não haver um só lugar onde não haja roubo. Na saúde, na merenda escolar, na educação.
O Brasil está encurralado entre uma flébil tentativa de ajustar as contas públicas e o ajuste sendo usado como moeda de troca. O Congresso está bloqueando nossa recuperação. O Brasil está sendo chantageado. "Se o Brasil não me atender, eu destruo o Brasil".
Antigamente, o segredo era a alma dos negócios espúrios. Hoje, os mais sujos interesses são expostos à luz fria de um bordel. Está tudo a nossa cara.
Sempre houve roubalheira, considerada apenas um "pecado", e era uma roubalheira setorial, descentralizada, e não esta coisa sólida, extensa, onipresente. Tudo que já apareceu nessa extraordinária ressurreição do Judiciário, por conta dos competentes juízes e procuradores, será um troco, uma mixaria quando chegarem aos fundos de pensão, ao BNDES e a outras empresas públicas.
A política está impedindo a política. Mentem e negam o tempo todo e não desmoralizam a verdade apenas; estão desmoralizando a mentira. São patranhas tão explícitas, tão cínicas que desmoralizam a mentira. O óbvio está escondido debaixo da mesa. O óbvio está no escuro, o óbvio está na privada. Quanto à verdade, é fácil descobri-la: ela é o contrário, o avesso de tudo que políticos investigados negam.
Ninguém acredita mais no que o Lula fala (só pobres analfabetos e intelectuais imbecis), ninguém acredita mais no que a Dilma gagueja sob o som dos panelaços, nem no Renan, no Cunha, mas o show continua. Há um complô de enganação da sociedade. Por quê? Porque a sociedade para eles é um bando de idiotas que precisam ser tutelados pelo Estado de esquerda ou enrolados pelos oligarcas privados. Esse foi nosso pior destino: a união entre a chamada "esquerda" e a velha direita.
Dilma não sai nem morta, ela disse. Cunha não sai nem morto. E os dois em confronto encurralam o país numa briga de foice. São demitidos 3.000 por dia e o total geral de desempregados já está em 1,2 milhão de pobres vítimas desse prélio de arrogância e narcisismo. Teremos um déficit fiscal de R$ 70 bilhões. E tudo bem? No Congresso, ninguém liga. Dane-se o país, quero o meu...
Faltam-me palavras. Que nome dar, por exemplo, a esse melaço de gente que odeia reformas e o novo?
Que medula, que linfa ancestral os energiza, que visgo é esse que gruda em tudo? É uma pasta feita de egoísmo, preguiça, herança colonial, estupidez e voracidade pura. Que nome dar? A gosma do Mesmo?
O dicionário não basta para descrever uma figura como o Cunha, cuja aparência não engana. Ele é o que parece, nunca vi um desenho tão perfeito de uma personalidade. O povo vê horrorizado sua carantonha e seu bico voraz e percebe que está diante do mal. O povão não entende muito, mas tem sensibilidade. Cunha é a cara do pesadelo brasileiro. E tantos outros, escondidos por sorrisos, cabelinhos de acaju ou de asas da graúna.
Nós, jornalistas e comentaristas, tentamos ver algum ângulo novo na crise atual, mas já estamos nos repetindo, martelando o óbvio. Todos os artigos parecem um só. Eu busco novas ideias, novas ironias para esculachar essa vergonha, mas ela é maior que as palavras.
Falamos, falamos, e não descobrimos o essencial: como é que essa porra vai acabar?
O Brasil estava entrando no mundo contemporâneo com uma nova visão de economia e gestão, e vieram esses caras e comeram tudo, como as porcadas magras quando invadem o batatal.
Essa crise é terrível porque é uma caricatura. É crise do superficial, do inerte, da anestesia sem cirurgia. A crise é um pesadelo humorístico. A crise não merece respeito. Sei lá, a depressão de 1929 foi uma tragédia real. Esta nossa é uma anedota. Ela foi criada artificialmente por essa gentalha que tomou o poder e resolveu ser contra "tudo isso que está ai". Quem estava aí era o Brasil. Eram as conquistas da democracia, essa palavra que eles usam com boquinha de nojo, apenas como pretexto, como estratégia para a tal "linha justa". Como dizia o Bobbio: "O que mais une o fascismo e o comunismo é seu ódio à democracia".
O que provocou tudo isso? Foi o populismo endêmico, o patrimonialismo secular, a ignorância histórica.
E esse sarapatel pariu um sujeito despreparado e deslumbrado consigo mesmo, cujo carisma de operário fascinou intelectuais babacas e comunas desempregados desde 1968, que resolveram fazer uma revolução endógena, um "gramscianismo" de galinheiro.
O PT está arrasando o país. Essa é a verdade. Temos que dar nome aos bois, ou melhor, ao boi. O causador disso tudo que nos acontece e que poderá durar muito tempo foi o Lula. Sim. Esse homem que nunca viu nada, que não sabia de nada é o grande culpado da transformação. Mas o MPF e a polícia estão chegando perto dele e de suas ocultações. Ele é o boi.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015




Um conto sobre Thomas Edison

Certo dia, Thomas Edison chegou em casa com um bilhete para sua mãe.Ele disse, "meu professor me deu este papel para entregar apenas a você ."Os olhos da mãe lacrimejavam ao ler a carta e resolveu ler em voz alta para seu filho:

 "Seu filho é um gênio. Esta escola é muito pequena para ele e não tem suficiente professores ao seu nível para treiná-lo. Por favor, ensine-o você mesmo!!"


Depois de muitos anos,Edison veio a se tornar um dos maiores inventores do século. 


Após o falecimento de sua mãe,resolveu arrumar a casa quando viu um papel dobrado no canto de uma gaveta.Ele pegou e abriu.Para sua surpresa era a antiga carta que seu professor havia mandado a sua mãe porém o conteúdo era outro que sua mãe leu anos atrás.


"Seu filho é confuso e tem problemas mentais.Não vamos deixá-lo vir mais à escola!!"


Edison chorou durante horas e então escreveu em seu diário:

"Thomas Edison era uma criança confusa mas graças a uma mãe heroína e dedicada, tornou-se o génio do século."


Existem certos momentos da vida onde é necessário mudar o "conteúdo da carta" para que o objetivo seja alcançado...




Escolaridade e Educação


ALUNO PROCESSA PROFESSOR POR LHE HAVER TOMADO CELULAR EM SALA DE AULA. LEIAM O QUE AFIRMOU O JUIZ.

Em 30/11/2014O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal de Tobias Barreto, no interior do Sergipe, julgou improcedente um pedido de indenização que um aluno pleiteava contra o professor Odilon Oliveira Neto, 43 anos, que tomou seu celular em sala de aula.De acordo com os autos, o educador tomou o celular do aluno, pois este estava ouvindo música com os fones de ouvido durante a aula.

O estudante foi representado por sua mãe, que pleiteou reparação por danos morais diante do "sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional".Na negativa, o juiz afirmou que "O PROFESSOR É O INDIVÍDUO VOCACIONADO A TIRAR OUTRO INDIVÍDUO DAS TREVAS DA IGNORÂNCIA, DA ESCURIDÃO, PARA AS LUZES DO CONHECIMENTO, DIGNIFICANDO-O COMO PESSOA QUE PENSA E EXISTE”. O magistrado se solidarizou com o professor e disse que "ENSINAR ERA UM SACERDÓCIO E UMA RECOMPENSA. HOJE, PARECE UM CARMA". Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno descumpriu uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de celular durante o horário de aula, além de desobedecer, reiteradamente, o comando do professor.

Ainda considerou que não houve abalo moral, já que o estudante não utiliza o celular para trabalhar, estudar ou qualquer outra atividade edificante.E declarou:

"JULGAR PROCEDENTE ESTA DEMANDA, É DESFERIR UMA BOFETADA NA RESERVA MORAL E EDUCACIONAL DESTE PAÍS, PRIVILEGIANDO A ALIENAÇÃO E A CONTRA EDUCAÇÃO, AS NOVELAS, OS REALITYS SHOWS, A OSTENTAÇÃO, O ‘BULLYING INTELECTIVO', O ÓCIO IMPRODUTIVO, ENFIM, TODA A MASSA INTELECTIVAMENTE IMPRODUTIVA QUE VEM ASSOLANDO OS LARES DO PAÍS, FAZENDO ÀS VEZES DE EDUCADORES, ENSINANDO FALSOS VALORES E IMPLODINDO A EDUCAÇÃO BRASILEIRA”.

Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor.

"NO PAÍS QUE VIROU AS COSTAS PARA A EDUCAÇÃO E QUE FAZ APOLOGIA AO HEDONISMO INCONSEQUENTE, ATRAVÉS DE TANTOS EXPEDIENTES ALIENANTES, REVERENCIO O VERDADEIRO HERÓI NACIONAL, QUE ENFRENTA TODAS AS INTEMPÉRIES PARA EXERCER SEU ‘MÚNUS’ COM ALTIVEZ DE CARÁTER E SENSO SACERDOTAL: O PROFESSOR."

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Aquilo que você carrega na mente e no coração acabará por se exteriorizar em seu corpo, em sua vida e no meio que o rodeia.

domingo, 8 de novembro de 2015

Roger Moreira, vocalista do Ultraje à Rigor em Carta publicada no jornal Diário de São Paulo:

 ”Lutei contra a ditadura, sim! Tomei borrachadas, engoli gaz lacrimogênio, corri da cavalaria na Av. São João em direção à Praça Antonio Prado e à Praça da Sé.
 Participei das perigosas assembléias dos sindicatos, onde milicos escondidos na massa guardavam na memória o rosto dos mais exaltados.
 Arrisquei o emprego, pichei muro com o slogan “Abaixo a Ditadura”.
 Distribui panfletos.
 Morri de medo.
 Chorei quando anunciaram a devolução do poder ao povo: eu e mais alguns milhões.
 Hoje, vendo pessoas morrendo em filas de hospitais, bandidos matando por R$ 10, pessoas andando feito zumbi nas ruas por causa das drogas, adolescentes que não sabem quanto é 6 x 8, meninas de 14 anos parindo filhos sem pais, toda a classe política desse país desfilando uma incompetência absurda, o nosso país sendo ridicularizado por tantos escândalos...
 Eu peço perdão ao Brasil pela porcaria que fiz...
 Deveria ter ficado em casa.”

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo as necessidades,vai reduzindo a bagagem. As opiniões dos outros, são realmente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós, não tem importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois já não temos certeza de nada.E, isso não faz a menor falta. Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado e sim a vida que cada um escolheu experimentar.Por fim entendemos que tudo que importa é ter paz e sossego, é viver sem medo, é o que alegra o coração naquele momento e só

domingo, 4 de outubro de 2015

A liberdade de andar distraída


Logo depois que soubemos que iríamos morar fora do Brasil, um amigo disse que eu me sentiria como se estivesse em férias permanentes. Depois de pouco mais de 2 anos, não é exatamente essa a minha sensação, mas é parecida.
Aqui em Tóquio me livrei de todas as causas desnecessárias de stress. Mesmo sabendo que um terremoto pode acontecer a qualquer momento, vivo sem medo. Ando distraída pela rua sem nenhuma preocupação. Deixo meus filhos brincarem livres em um parque público enquanto leio um livro. Não preciso ter carro aqui, me livrei da tensão no trânsito. Tenho a escolha de me locomover de metrô, ônibus ou bicicleta, e sempre sei exatamente a que horas vou chegar ao meu destino. Nunca mais tive que correr ou me atrasar para um compromisso. Se preciso pegar um táxi, tenho a certeza de que o motorista é de confiança e não vai cobrar a mais. Aliás, se por um acaso ele erra o caminho, devolve a diferença.
Não é uma sensação de estar em férias, é a experiência de viver em um país que me proporciona direitos básicos. Sinceramente: isso é pedir muito? Poder ir e vir com liberdade, sem medo; poder compartilhar o espaço público em harmonia com os outros cidadãos; ser tratada com respeito e cordialidade; morar em uma cidade limpa; ter à disposição diversão gratuita no fim de semana nas inúmeras praças e parques impecavelmente administrados.
Conversando com uma amiga alemã hoje eu tentava explicar um pouco o que escrevi acima. Ela não conseguiu entender porque nunca viveu tendo sua energia sugada pelos pequenos e grandes problemas que corroem o dia-a-dia do brasileiro. Enquanto eu estava imersa no caos do meu tão amado e maltratado Rio de Janeiro, não me dava conta do quanto eu era consumida um dia depois do outro. Ter que pagar uma conta no banco enfrentando uma fila imensa e a falta de educação de uma atendente; pisar em uma poça de esgoto em um dia de chuva ou voltar de um dia na praia e não encontrar a minha bicicleta. É claro que tudo isso e muito mais já aconteceu comigo, faz parte da rotina do carioca, é normal. Vivi toda a minha vida assim e, anestesiada, quase não me indignava mais. Pois agora confesso que estou cada vez mais revoltada com o que eu aceitava resignadamente. Não, não é normal. Normal é ter a liberdade de andar distraída.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

                                                     CASAR E MORAR JUNTO
                            Casar e morar junto são duas coisas completamente diferentes. Não tem nada a ver com seu status no cartório. Tem a ver com entrega. Você pode casar com todas as honras. Dar uma festa linda. Gastar os tubos na Lua de Mel. Se mudar com o marido para um apartamento lindo. pronto. decorado. cheio de almofadas em cima da cama… Vocês podem ter se casado – mas vão demorar muito pra saber o que é morar junto. Acho que existem casais que se casam com pompas, e nunca talvez tenham realmente morado juntos. Morar junto é saber dividir. Saber cobrar. Saber ceder. Saber doar. Morar junto é dividir as contas e as almas. Morar junto é ter um pilha de louça pra lavar, depois de um dia terrível de 10 horas de trabalho. E o outro cantar com você para que, em um karaokê com detergente, o trabalho se torne divertido. Morar junto é ter que assistir Homem Aranha no Telecine Action, e se esforçar para achar legal. Morar junto é tomar banho junto.Transformar o chuveiro em uma cachoeira. (e o banheiro em um barco) Morar junto é ouvir onde dói no outro. Do que ele sente medo. Onde ele é criança. O que o deixa frágil. Morar junto é poder chorar sem parar. E ser ouvida. E cuidada. Mas é também rir. E achar graça em alguma coisa, quando o outro está pra baixo. Morar junto é fazer contabilidade de frustrações, e saber quando não colocar na conta do outro. Morar junto é demorar para levantar. Morar junto não precisa de uma casa, e sim de um espaço. Quem mora junto geralmente é solidário. Casar não. Qualquer um casa. Pra casar basta assinatura e champanhe. Casar leva umas horas. Morar junto leva tempo. O tempo todo. Quando moramos juntos vemos o cabelo dele crescer e ela cortar uma franja. Quando moramos juntos viramos adultos aos pouquinhos, dando um adeus doído ao adolescente que éramos. Quando moramos junto mudamos junto. E o outro vira um outro diferente com os anos. E nós vamos aprendendo a amar aquela nova pessoa, todo dia. Até o dia que, talvez, deixemos de morar juntos. Simples assim!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

                                                 A LEI OU A JUSTIÇA?

          Parece a mesma coisa, mas não é. O direito, para surtir efeito, deve estar consagrado em lei. O Poder Judiciário apenas aplica a lei, sem questionar se ela é justa ou injusta. Para algumas pessoas, longe de ser palco de alegrias, o Judiciário torna-se cenário de decepções.

          Em meu trabalho, tenho acompanhado diversos processos judiciais. Muitas vezes assisto, com grande tristeza, os colegas terem algum direito sonegado por estar prescrito. Nessas horas, pergunto-me o quanto a lei pode estar acima da justiça. Também me pergunto se determinado dispositivo é apenas legal ou se é realmente legítimo.

          Pontes de Miranda afirma que “a indução quer a lei tirada dos fatos, e não que se criem leis para se imporem aos fatos”.

          Muitos operadores do Direito vivem conflitos interiores: de um lado, há o dever de cumprir a lei; de outro, quase como um abismo intransponível, a paixão por implementar a justiça. De acordo com Tomás de Aquino, “será lícito aquele submetido à lei agir às margens das palavras da lei?”. Qualquer que seja a decisão proferida pelo magistrado, sempre deixará alguém descontente.

          Justiça também significa tratar os desiguais de maneira desigual. Por outro lado, a lei acaba por oferecer desvios (recursos, agravos, embargos, etc.) para que a justiça não alcance aqueles que podem pagar. Tomás de Aquino define a lei não como objeto de justiça, mas antes de prudência.

          O objetivo da lei é o bem comum e a pacificação social. Será que uma lei que não se destina ao bem comum é justa? Justa ou injusta é lei e, como tal, deve ser cumprida?
A concepção do ser humano sobre o que é certo ou errado e os valores de uma sociedade se modificam em uma velocidade muito maior do que as mudanças nos códigos podem acompanhar.

          Ao longo da história da humanidade, e dependendo do grupamento social analisado, passamos por diferentes concepções de justiça. Como exemplo, temos as implacáveis formas de tortura na Idade Média, muitas vezes usadas como punição para se restabelecer a “justiça”. A verdade é que viemos, através do tempo, tentando construir o senso do que é justo.

          A injustiça materializa-se em uma alma que sofre, em uma ferida que sangra, em uma lágrima que entristece uma face inocente. Uma pessoa vítima de grande injustiça carrega isso por toda uma vida. A injustiça, ou a falta de justiça, não é privilégio dos tribunais. Em nossas relações cotidianas, este tema sempre está presente. Apesar de querermos agir com probidade, muitas vezes esquecemos o que é justo, levando em consideração apenas o que é legal, quando isso nos favorece.

          O filósofo Ulpiano afirma que “justitia est constants et pepetua voluntas jus suum cuique tribuendi”. Que em português significa: “a justiça é a vontade firme e perpétua de dar a cada um o que é seu”.

          O sentimento de justiça é natural, ou seja, faz parte da natureza humana. É por isso que nos revoltamos diante das injustiças. É comum encontrarmos entre comunidades humildes e até primitivas noções mais exatas de justiça do que entre pessoas de muito saber.

          A lei é feita e a justiça é inata. A lei sucede e a justiça precede. A lei é humana e a justiça é divina. A lei é a justiça dos homens, mas a justiça é a lei de Deus.
(Tereza Godoy)

sexta-feira, 1 de maio de 2015

                                                         Perguntas

          Certa vez, um ministro da fazenda brasileiro declarou: “As taxas cobradas pelo Imposto de Renda são altas, no Brasil, porque o índice de sonegação também é alto”.
Perguntamos: Quem paga esta conta? A classe média; é claro. Então temos mocinhos e bandidos entre as classes sociais brasileiras? 

          Enquanto as leis forem brandas  (com exceção da Lei de Gerson); a justiça manipulada; a educação em decadência e a escolaridade falida, é só isso o que veremos nesse Brasil.

          Certa vez, um amigo voltando de uma viagem a serviço pela Europa, contou-me um episódio ocorrido em Berlim.

          Pela manhã, ele e um colega, para irem a uma reunião de trabalho, levantaram-se cedo demais e resolveram ir a pé. Caminharam um trecho, encantados com a beleza de Berlim pela manhã e mais adiante, necessitaram atravessar uma rua sinalizada com semáforo. Àquela hora do dia, não havia movimento de veículos. O sinal estava fechado, mas o que fazem os brasileiros? Olham para os lados para confirmar que não haja movimento de carros e em seguida, atravessam a pista. Foi o que fizeram.

          Do outro lado da pista, havia uma senhora alemã segurando uma menina pela mão, aguardando o mesmo sinal. Ao ver os brasileiros afrontando as leis de trânsito alemãs, tapou com suas mãos os olhos da criança para não verem aquele desrespeito e passou a chamar a atenção dos brasileiros em altos brados.

          Conhecemos histórias mil de respeito às leis pelos europeus, norte-americanos e asiáticos. Perguntamos: não é essa nossa origem? Onde foi que nos perdemos? quanto tempo vai demorar para recuperar a educação perdida? Vamos continuar culpando nossos políticos, sem considerar que eles somos nós?

sábado, 25 de abril de 2015

Torradas Queimadas

Quando eu era ainda um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro, especialmente de uma noite, em que ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.

Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, em frente do meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geleia, engolindo cada bocado.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por ter queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que meu pai disse: “ – Adorei a torrada queimada...”

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite ao meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele envolveu-me em seus braços e disse-me:

“ – Companheiro, a tua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, o melhor empregado ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias.

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros,  é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Desde que eu e tua mãe nos unimos aprendemos, os dois, a suprir um as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube pôr-te a dormir, mas comigo tu tomavas banho rápido, sem reclamares. A soma de nós dois faz o mundo que tu recebeste e que te apoia. Eu e ela nos completamos. A nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto estamos os dois presentes. Não que mais tarde, no dia que um partir, este mundo vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que aprender e adaptarmo-nos para fazer o melhor.

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e até com amigos.

Então, filho, esforça-te para seres sempre tolerante, principalmente com quem dedicas o precioso tempo da vida, a ti e ao próximo.


As pessoas sempre se esquecerão do que tu lhes fizeste ou do que lhes disseste, mas nunca esquecerão o modo como tu as fizeste sentir-se.”
(autor desconhecido)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Educação, Escolaridade e Ética – parte III

Ética – Para definir Ética, vejamos o que Mário Sérgio Cortella diz: Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida:
 (1) quero?; (2) devo?; (3) posso?
           Nem tudo que eu quero eu posso;
           Nem tudo que eu posso eu devo; e
           Nem tudo que eu devo eu quero.
Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve.

         Poderia considerar as palavras: "integridade e honestidade", sinônimas de "ética". A diferença que vejo  são: i) integridade e honestidade são atributos naturais da pessoa que os possui, são praticados naturalmente, sem fazer qualquer esforço; ii) ética exige que sejamos íntegros e honestos  e, também, que nos esforcemos por seguir as leis.

Reclamamos de nossos políticos e, com toda razão, os chamamos de corruptos. Esquecemos, no entanto, que a origem dessas pessoas que hoje nos representam, é a sociedade da qual fazemos parte e da qual falamos nos tópicos I e II, anteriores. Gostaríamos que nossos representantes tivessem ética ou, que pelo menos tivessem honestidade. Mas como encontrar ética numa pessoa que, se teve escolaridade, não recebeu a educação necessária como complemento?

Que tal se existisse um curso de especialização intitulado “Curso de Ética para Parlamentares”  e fosse exigido que qualquer candidato, a qualquer cargo político, portasse seu certificado? Não creio que resolveria o problema, mas  juntamente com respeito maior aos professores e um pouco da educação que supostamente receberiam em casa, já seria um começo.

Se analisar nossos governantes e o eleitorado que o colocou no poder, quanto à ética, veremos que se trata de “farinha do mesmo saco”.


terça-feira, 21 de abril de 2015

Educação, Escolaridade e Ética – parte II

Escolaridade – A escolaridade dos brasileiros segue os passos  do descrito na parte I “Educação”. As gerações dos saudosos anos 40, 50 e 60 estudavam em cartilhas completas com professores que sabiam o que estavam fazendo, ou seja, havia muito mais esforço discente e seriedade quanto às aprovações. O saudoso “Antônio Ermírio de Moraes” gritou a plenos pulmões sobre a decadência da escolaridade brasileira, com fatos e estatísticas, em seu livro Educação Pelo Amor de Deus . Não creio que os responsáveis pelo assunto tenham aberto esse livro.

         O Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) apresenta números alarmantes quanto à qualidade da escolaridade brasileira:

“Mais de 2/3 (68%) dos que estudam ou estudaram até a 4ª série atingem no máximo o nível rudimentar de alfabetismo, ou seja, são capazes de entender as informações contidas em textos simples como cartas ou anúncios curtos, mas não conseguem compreender textos mais longos.”
“Quase 4 milhões (13%) dos brasileiros nesta faixa de escolaridade são avaliados como analfabetos em termos de leitura/escrita, pois não conseguem decodificar palavras ou frases, ainda que em textos simples.”
“E 4% deste grupo (mais de 1 milhão de brasileiros) não são capazes de realizar tarefas elementares com números, como ler o preço de um produto ou anotar um número de telefone.”

         Para mais informações (ctrl + click) aqui: (Inaf).


         Temo que esse investimento que nossos governantes ora fazem na não-escolaridade, através de orçamentos inadequados e desvalorização dos professores e das escolas, seja o prenúncio de um governo totalitário e de submissão do povo brasileiro. 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Educação, Escolaridade e Ética – parte I

Educação - Questionamos sobre a rebeldia dos jovens em aceitar conselhos e prestar obediência aos seus pais. Desde quando isso vem ocorrendo? Há duas gerações? Então como era nos saudosos anos 40, 50 e 60?

Vejo o histórico desse problema dividido em gerações. Primeiro tínhamos a geração que se preocupava com os filhos. Os pais trabalhavam duro e as mães cuidavam da casa e dos filhos. Não havia creches nem babás com dedicação em tempo integral. Geralmente o trabalho maior era o de encaminhar o primogênito, os demais seguiam seus exemplos. Depois veio a geração dos que cuidavam dos seus próprios filhos e dos seus pais. Em seguida tivemos a geração que passou a preocupar-se apenas consigo,  deixando os filhos entregues ao livre-arbítrio. E hoje temos a geração que se esforça por aproximar-se dos filhos, mas não conhece a fórmula mágica. Psicólogos afirmam que nos primeiros cinco anos de vida, o ser humano forma sua personalidade, conceitos sobre a vida, caráter e outros atributos que irão moldar seus paradigmas e valores para o bem ou para o mal. Nessa fase da vida, os filhos dessa última descrita geração estão nas creches recebendo informações de vital importância, de pessoas estranhas à sua família.

Adicione a esses problemas os fatores: consumismo e conexão e  teremos uma juventude – como diremos – como cavalos em desfile de 7 de Setembro: “falando e andando”, ou melhor, “conectando e andando”. Não será necessário discorrer sobre este assunto. É público e notório.


Desde a mais tenra idade, nossas crianças são expostas às cenas de violência. Quer seja nos inocentes desenhos animados apresentados pela TV: participando de jogos eletrônicos: assistindo filmes – 90% dos filmes apresentados na TV, em quaisquer das 24 horas do dia, são de extrema violência – ou ainda assistindo brigas dos próprios pais. 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

                                                       Ainda Sobre Paradigmas

         Um peregrino vai passando por uma aldeia em pleno temporal e vê uma casa de incendiando. 

          Ao aproximar-se, nota um outro homem - com fogo até nas sobrancelhas - sentado na sala em chamas. 

          - Ei, sua casa está pegando fogo! - diz o peregrino. 

          - Eu sei disso - responde o homem. 

          - Então, por que você não sai?

          - Porque está chovendo - diz o homem - minha mãe me disse que a chuva pode nos trazer pneumonia. 

Zao Chi comenta sobre a fábula: 
"Sábio é o homem que consegue mudar de situação quando se vê forçado a isto".  (Paulo Coelho)

terça-feira, 14 de abril de 2015

A ESTRANHA
 
Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu uma estranha, recém-chegada à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com esta encantadora personagem e, em seguida, a convidou a viver com nossa família.
A estranha aceitou e, desde então, tem estado conosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.
Meus pais eram instrutores complementares... minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer.
Mas a estranha era nossa narradora.
Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias.
Ela sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.
Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!
Levou minha família ao primeiro jogo de futebol.
Fazia-me rir, e me fazia chorar.
A estranha nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez para que a estranha fosse embora).
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas a estranha nunca se sentia obrigada a honrá-las.
As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa… nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse.
Entretanto, nossa visitante de longo prazo usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas a estranha nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.
Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.
Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.
Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pela estranha.
Repetidas vezes a criticaram, mas ela nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar.
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que a estranha veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era no princípio.
Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda a encontraria sentada em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu nome? Ah. seu nome…
 
 
 
 
... é TELEVISÃO!
É isso mesmo; a intrusa se chama TELEVISÃO!
  Agora ela tem um marido que se chama Computador, um filho que se chama Celular e um neto de nome Tablet. 
 A estranha agora tem uma família.
E a nossa...
SERÁ que ainda existe?

segunda-feira, 13 de abril de 2015

                                                        Olá, eu sou o SINTOMA!

Olá, tenho muitos nomes: dor de joelho, abscesso, dor de estômago, reumatismo, asma, mucosidade, gripe, dor nas costas, ciática, câncer, depressão, enxaqueca, tosse, dor de garganta, insuficiência renal, diabetes, hemorroidas e a lista continua. Ofereci-me como voluntário para o pior trabalho: ser o portador de notícias pouco agradáveis para você.
Você não entende, ninguém me compreende. Você acha que eu quero lhe incomodar, estragar os seus planos de vida, todo mundo pensa que desejo atrapalhar, fazer o mal, limitar vocês. E não é assim, isso seria um absurdo. Eu o sintoma, simplesmente estou tentando lhe falar numa linguagem que você entenda.Vamos ver, me diga alguma coisa. Você negociaria com terroristas, batendo na porta com uma flor na mão e vestindo uma camiseta com o símbolo da “paz” impresso nas costas? Não, certo?Então, por que você não entende que eu, o sintoma não posso ser “sutil” e “levinho” quando preciso lhe passar uma mensagem. Me bate, me odeia, reclama de mim para todas as pessoas, reclama de minha presença no seu corpo mas, não para um minuto para pensar e raciocinar e tentar compreender o motivo de minha presença no seu corpo.Apenas escuto você dizer: “Cala-te”, “vá embora”, “te odeio”, “maldita a hora que apareces-te”, e muitas frases que me tornam impotente para lhe fazer entender mas, devo me manter firme e constante, porque devo lhe fazer entender a mensagem.O que você faz? Manda-me dormir com remédios. Manda-me calar com sedativos, me suplica para desaparecer com anti-inflamatórios, quer me apagar com quimioterapia. Tenta dia após dia, me calar. E me surpreendo de ver que às vezes, até prefere consultar bruxas e adivinhos para de forma “mágica” me fazer sumir do seu corpo.A minha única intenção é lhe passar uma mensagem, mesmo assim, você me ignora totalmente.Imagine que sou a sirene do Titanic, aquela que tenta de mil maneiras avisar que tem um iceberg na frente e você vai bater com ele e afundar. Toco e toco durante horas, semanas, meses, durante anos, tentando salvar sua vida, e você reclama que não deixo você dormir, que não deixo você caminhar, que não deixo você trabalhar, ainda assim continua sem me ouvir…Está compreendendo?Para você, eu o sintoma, sou “A doença”.Que absurdo! Não confunda as coisas.Aí você vai ao médico e paga por tantas consultas.Gasta um dinheiro que não tem em medicamentos e só para me calar.Eu não sou a doença, sou o sintoma.Por que me cala, quando sou o único alarme que está tentando lhe salvar?A doença “é você”, é “o seu estilo de vida”, são “as suas emoções contidas”, isso que é a doença e nenhum médico aqui no planeta terra sabe como as combater, a única coisa que eles fazem é me atacar, ou seja, combater o sintoma, me calar, me silenciar, me fazer desaparecer. Tornar-me invisível para você não me enxergar.É bom se você se sentir incomodado por estar lendo isso, deve ser algo assim como um “golpe na sua inteligência”. Está certo se estiver se sentindo frustrado, mas eu posso conduzir o teu processo muito bem e o entendo. De fato, isso faz parte do meu trabalho, não precisa se preocupar. A boa notícia é que depende de você não precisar mais de mim, depende totalmente de você analisar o que tento lhe dizer, o que tento prevenir.Quando eu, “o sintoma” apareço na sua vida, não é para lhe cumprimentar, é para lhe avisar que uma emoção contida no seu corpo, deve ser analisada e resolvida para não ficar doente. Deveria se perguntar a si mesmo: “por que apareceu esse sintoma na minha vida”, “que pretende me alertar”? Por que está aparecendo esse sintoma agora?Que devo mudar em mim?Se você deixar essas perguntas apenas para sua mente, as respostas não vão levar você além do que já vem acontecendo há anos. Deve perguntar também ao seu inconsciente, ao seu coração, às suas emoções.Por favor, quando eu aparecer no seu corpo, antes de procurar um médico para me adormecer, analise o que tento lhe dizer, verdadeiramente, por uma vez na vida, gostaria que o meu excelente trabalho fosse reconhecido e, quanto mais rápido tomar consciência do porquê do aparecimento no seu corpo, mais rápido irei embora.Aos poucos descobrirá que quanto melhor analisar, menos lhe visitarei. Garanto a você que chegará o dia que não me verá nem me sentirá mais. Conforme atingir esse equilíbrio e perfeição como “analisador” de sua vida, de suas emoções, de suas reações, de sua coerência, não precisará mais consultar um médico ou comprar remédios.Por favor, me deixe sem trabalho.Ou você acha que eu gosto do que eu faço?Convido você para refletir sobre o motivo de minha visita, cada vez que eu apareça.Deixe de me mostrar para os seus amigos e sua família como se eu fosse um troféu.Estou farto que você diga:“Então, continuo com diabetes, sou diabético”.“Não suporto mais a dor no joelho, não consigo caminhar”.“Aqui estou eu, sempre com enxaqueca”.Você acha que eu sou um tesouro do qual não pretende se desapegar jamais.Meu trabalho é vergonhoso e você deveria sentir vergonha de tanto me elogiar na frente dos outros. Toda vez que isso acontece você na verdade, está dizendo: “Olhem que fraco sou, não consigo analisar, nem compreender o meu próprio corpo, as minhas emoções, não vivo coerentemente, reparem, reparem!”.Por favor, tome consciência, reflita e aja.Quanto antes o fizer, mais cedo partirei de sua vida!Atenciosamente,

O sintoma.”
Autor desconhecido