sábado, 25 de abril de 2015

Torradas Queimadas

Quando eu era ainda um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro, especialmente de uma noite, em que ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.

Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, em frente do meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geleia, engolindo cada bocado.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por ter queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que meu pai disse: “ – Adorei a torrada queimada...”

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite ao meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele envolveu-me em seus braços e disse-me:

“ – Companheiro, a tua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, o melhor empregado ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias.

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros,  é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Desde que eu e tua mãe nos unimos aprendemos, os dois, a suprir um as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube pôr-te a dormir, mas comigo tu tomavas banho rápido, sem reclamares. A soma de nós dois faz o mundo que tu recebeste e que te apoia. Eu e ela nos completamos. A nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto estamos os dois presentes. Não que mais tarde, no dia que um partir, este mundo vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que aprender e adaptarmo-nos para fazer o melhor.

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e até com amigos.

Então, filho, esforça-te para seres sempre tolerante, principalmente com quem dedicas o precioso tempo da vida, a ti e ao próximo.


As pessoas sempre se esquecerão do que tu lhes fizeste ou do que lhes disseste, mas nunca esquecerão o modo como tu as fizeste sentir-se.”
(autor desconhecido)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Educação, Escolaridade e Ética – parte III

Ética – Para definir Ética, vejamos o que Mário Sérgio Cortella diz: Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida:
 (1) quero?; (2) devo?; (3) posso?
           Nem tudo que eu quero eu posso;
           Nem tudo que eu posso eu devo; e
           Nem tudo que eu devo eu quero.
Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve.

         Poderia considerar as palavras: "integridade e honestidade", sinônimas de "ética". A diferença que vejo  são: i) integridade e honestidade são atributos naturais da pessoa que os possui, são praticados naturalmente, sem fazer qualquer esforço; ii) ética exige que sejamos íntegros e honestos  e, também, que nos esforcemos por seguir as leis.

Reclamamos de nossos políticos e, com toda razão, os chamamos de corruptos. Esquecemos, no entanto, que a origem dessas pessoas que hoje nos representam, é a sociedade da qual fazemos parte e da qual falamos nos tópicos I e II, anteriores. Gostaríamos que nossos representantes tivessem ética ou, que pelo menos tivessem honestidade. Mas como encontrar ética numa pessoa que, se teve escolaridade, não recebeu a educação necessária como complemento?

Que tal se existisse um curso de especialização intitulado “Curso de Ética para Parlamentares”  e fosse exigido que qualquer candidato, a qualquer cargo político, portasse seu certificado? Não creio que resolveria o problema, mas  juntamente com respeito maior aos professores e um pouco da educação que supostamente receberiam em casa, já seria um começo.

Se analisar nossos governantes e o eleitorado que o colocou no poder, quanto à ética, veremos que se trata de “farinha do mesmo saco”.


terça-feira, 21 de abril de 2015

Educação, Escolaridade e Ética – parte II

Escolaridade – A escolaridade dos brasileiros segue os passos  do descrito na parte I “Educação”. As gerações dos saudosos anos 40, 50 e 60 estudavam em cartilhas completas com professores que sabiam o que estavam fazendo, ou seja, havia muito mais esforço discente e seriedade quanto às aprovações. O saudoso “Antônio Ermírio de Moraes” gritou a plenos pulmões sobre a decadência da escolaridade brasileira, com fatos e estatísticas, em seu livro Educação Pelo Amor de Deus . Não creio que os responsáveis pelo assunto tenham aberto esse livro.

         O Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) apresenta números alarmantes quanto à qualidade da escolaridade brasileira:

“Mais de 2/3 (68%) dos que estudam ou estudaram até a 4ª série atingem no máximo o nível rudimentar de alfabetismo, ou seja, são capazes de entender as informações contidas em textos simples como cartas ou anúncios curtos, mas não conseguem compreender textos mais longos.”
“Quase 4 milhões (13%) dos brasileiros nesta faixa de escolaridade são avaliados como analfabetos em termos de leitura/escrita, pois não conseguem decodificar palavras ou frases, ainda que em textos simples.”
“E 4% deste grupo (mais de 1 milhão de brasileiros) não são capazes de realizar tarefas elementares com números, como ler o preço de um produto ou anotar um número de telefone.”

         Para mais informações (ctrl + click) aqui: (Inaf).


         Temo que esse investimento que nossos governantes ora fazem na não-escolaridade, através de orçamentos inadequados e desvalorização dos professores e das escolas, seja o prenúncio de um governo totalitário e de submissão do povo brasileiro. 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Educação, Escolaridade e Ética – parte I

Educação - Questionamos sobre a rebeldia dos jovens em aceitar conselhos e prestar obediência aos seus pais. Desde quando isso vem ocorrendo? Há duas gerações? Então como era nos saudosos anos 40, 50 e 60?

Vejo o histórico desse problema dividido em gerações. Primeiro tínhamos a geração que se preocupava com os filhos. Os pais trabalhavam duro e as mães cuidavam da casa e dos filhos. Não havia creches nem babás com dedicação em tempo integral. Geralmente o trabalho maior era o de encaminhar o primogênito, os demais seguiam seus exemplos. Depois veio a geração dos que cuidavam dos seus próprios filhos e dos seus pais. Em seguida tivemos a geração que passou a preocupar-se apenas consigo,  deixando os filhos entregues ao livre-arbítrio. E hoje temos a geração que se esforça por aproximar-se dos filhos, mas não conhece a fórmula mágica. Psicólogos afirmam que nos primeiros cinco anos de vida, o ser humano forma sua personalidade, conceitos sobre a vida, caráter e outros atributos que irão moldar seus paradigmas e valores para o bem ou para o mal. Nessa fase da vida, os filhos dessa última descrita geração estão nas creches recebendo informações de vital importância, de pessoas estranhas à sua família.

Adicione a esses problemas os fatores: consumismo e conexão e  teremos uma juventude – como diremos – como cavalos em desfile de 7 de Setembro: “falando e andando”, ou melhor, “conectando e andando”. Não será necessário discorrer sobre este assunto. É público e notório.


Desde a mais tenra idade, nossas crianças são expostas às cenas de violência. Quer seja nos inocentes desenhos animados apresentados pela TV: participando de jogos eletrônicos: assistindo filmes – 90% dos filmes apresentados na TV, em quaisquer das 24 horas do dia, são de extrema violência – ou ainda assistindo brigas dos próprios pais. 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

                                                       Ainda Sobre Paradigmas

         Um peregrino vai passando por uma aldeia em pleno temporal e vê uma casa de incendiando. 

          Ao aproximar-se, nota um outro homem - com fogo até nas sobrancelhas - sentado na sala em chamas. 

          - Ei, sua casa está pegando fogo! - diz o peregrino. 

          - Eu sei disso - responde o homem. 

          - Então, por que você não sai?

          - Porque está chovendo - diz o homem - minha mãe me disse que a chuva pode nos trazer pneumonia. 

Zao Chi comenta sobre a fábula: 
"Sábio é o homem que consegue mudar de situação quando se vê forçado a isto".  (Paulo Coelho)

terça-feira, 14 de abril de 2015

A ESTRANHA
 
Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu uma estranha, recém-chegada à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com esta encantadora personagem e, em seguida, a convidou a viver com nossa família.
A estranha aceitou e, desde então, tem estado conosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.
Meus pais eram instrutores complementares... minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer.
Mas a estranha era nossa narradora.
Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias.
Ela sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.
Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!
Levou minha família ao primeiro jogo de futebol.
Fazia-me rir, e me fazia chorar.
A estranha nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez para que a estranha fosse embora).
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas a estranha nunca se sentia obrigada a honrá-las.
As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa… nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse.
Entretanto, nossa visitante de longo prazo usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas a estranha nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.
Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.
Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.
Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pela estranha.
Repetidas vezes a criticaram, mas ela nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar.
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que a estranha veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era no princípio.
Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda a encontraria sentada em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu nome? Ah. seu nome…
 
 
 
 
... é TELEVISÃO!
É isso mesmo; a intrusa se chama TELEVISÃO!
  Agora ela tem um marido que se chama Computador, um filho que se chama Celular e um neto de nome Tablet. 
 A estranha agora tem uma família.
E a nossa...
SERÁ que ainda existe?

segunda-feira, 13 de abril de 2015

                                                        Olá, eu sou o SINTOMA!

Olá, tenho muitos nomes: dor de joelho, abscesso, dor de estômago, reumatismo, asma, mucosidade, gripe, dor nas costas, ciática, câncer, depressão, enxaqueca, tosse, dor de garganta, insuficiência renal, diabetes, hemorroidas e a lista continua. Ofereci-me como voluntário para o pior trabalho: ser o portador de notícias pouco agradáveis para você.
Você não entende, ninguém me compreende. Você acha que eu quero lhe incomodar, estragar os seus planos de vida, todo mundo pensa que desejo atrapalhar, fazer o mal, limitar vocês. E não é assim, isso seria um absurdo. Eu o sintoma, simplesmente estou tentando lhe falar numa linguagem que você entenda.Vamos ver, me diga alguma coisa. Você negociaria com terroristas, batendo na porta com uma flor na mão e vestindo uma camiseta com o símbolo da “paz” impresso nas costas? Não, certo?Então, por que você não entende que eu, o sintoma não posso ser “sutil” e “levinho” quando preciso lhe passar uma mensagem. Me bate, me odeia, reclama de mim para todas as pessoas, reclama de minha presença no seu corpo mas, não para um minuto para pensar e raciocinar e tentar compreender o motivo de minha presença no seu corpo.Apenas escuto você dizer: “Cala-te”, “vá embora”, “te odeio”, “maldita a hora que apareces-te”, e muitas frases que me tornam impotente para lhe fazer entender mas, devo me manter firme e constante, porque devo lhe fazer entender a mensagem.O que você faz? Manda-me dormir com remédios. Manda-me calar com sedativos, me suplica para desaparecer com anti-inflamatórios, quer me apagar com quimioterapia. Tenta dia após dia, me calar. E me surpreendo de ver que às vezes, até prefere consultar bruxas e adivinhos para de forma “mágica” me fazer sumir do seu corpo.A minha única intenção é lhe passar uma mensagem, mesmo assim, você me ignora totalmente.Imagine que sou a sirene do Titanic, aquela que tenta de mil maneiras avisar que tem um iceberg na frente e você vai bater com ele e afundar. Toco e toco durante horas, semanas, meses, durante anos, tentando salvar sua vida, e você reclama que não deixo você dormir, que não deixo você caminhar, que não deixo você trabalhar, ainda assim continua sem me ouvir…Está compreendendo?Para você, eu o sintoma, sou “A doença”.Que absurdo! Não confunda as coisas.Aí você vai ao médico e paga por tantas consultas.Gasta um dinheiro que não tem em medicamentos e só para me calar.Eu não sou a doença, sou o sintoma.Por que me cala, quando sou o único alarme que está tentando lhe salvar?A doença “é você”, é “o seu estilo de vida”, são “as suas emoções contidas”, isso que é a doença e nenhum médico aqui no planeta terra sabe como as combater, a única coisa que eles fazem é me atacar, ou seja, combater o sintoma, me calar, me silenciar, me fazer desaparecer. Tornar-me invisível para você não me enxergar.É bom se você se sentir incomodado por estar lendo isso, deve ser algo assim como um “golpe na sua inteligência”. Está certo se estiver se sentindo frustrado, mas eu posso conduzir o teu processo muito bem e o entendo. De fato, isso faz parte do meu trabalho, não precisa se preocupar. A boa notícia é que depende de você não precisar mais de mim, depende totalmente de você analisar o que tento lhe dizer, o que tento prevenir.Quando eu, “o sintoma” apareço na sua vida, não é para lhe cumprimentar, é para lhe avisar que uma emoção contida no seu corpo, deve ser analisada e resolvida para não ficar doente. Deveria se perguntar a si mesmo: “por que apareceu esse sintoma na minha vida”, “que pretende me alertar”? Por que está aparecendo esse sintoma agora?Que devo mudar em mim?Se você deixar essas perguntas apenas para sua mente, as respostas não vão levar você além do que já vem acontecendo há anos. Deve perguntar também ao seu inconsciente, ao seu coração, às suas emoções.Por favor, quando eu aparecer no seu corpo, antes de procurar um médico para me adormecer, analise o que tento lhe dizer, verdadeiramente, por uma vez na vida, gostaria que o meu excelente trabalho fosse reconhecido e, quanto mais rápido tomar consciência do porquê do aparecimento no seu corpo, mais rápido irei embora.Aos poucos descobrirá que quanto melhor analisar, menos lhe visitarei. Garanto a você que chegará o dia que não me verá nem me sentirá mais. Conforme atingir esse equilíbrio e perfeição como “analisador” de sua vida, de suas emoções, de suas reações, de sua coerência, não precisará mais consultar um médico ou comprar remédios.Por favor, me deixe sem trabalho.Ou você acha que eu gosto do que eu faço?Convido você para refletir sobre o motivo de minha visita, cada vez que eu apareça.Deixe de me mostrar para os seus amigos e sua família como se eu fosse um troféu.Estou farto que você diga:“Então, continuo com diabetes, sou diabético”.“Não suporto mais a dor no joelho, não consigo caminhar”.“Aqui estou eu, sempre com enxaqueca”.Você acha que eu sou um tesouro do qual não pretende se desapegar jamais.Meu trabalho é vergonhoso e você deveria sentir vergonha de tanto me elogiar na frente dos outros. Toda vez que isso acontece você na verdade, está dizendo: “Olhem que fraco sou, não consigo analisar, nem compreender o meu próprio corpo, as minhas emoções, não vivo coerentemente, reparem, reparem!”.Por favor, tome consciência, reflita e aja.Quanto antes o fizer, mais cedo partirei de sua vida!Atenciosamente,

O sintoma.”
Autor desconhecido

sábado, 11 de abril de 2015

                                               Velhos Paradígmas

           Tendo em vista o quanto a política dos nossos governos influencia nossos Pensamentos e nossos Valores, sairemos dos nossos padrões para avaliar nossos paradigmas. Assunto esse mencionado em nossa última postagem.

           A Constituição brasileira diz:

Nossos representantes governamentais são quase deuses, ou seja, são eles próprios que definem seus direitos (salários, férias, horário de trabalho, passagens, diárias, imunidade, etc.)  e se posicionam em bandos que se dizem opostos mas, na verdade, esses bandos se unem quando se trata de interesse pessoal comum. Não há dosagem para o tempo dispendido com articulações politicas dos partidos, ou seja, é só o que fazem.

CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito.
Comissão: “conjunto de pessoas eleitas para uma assembleia para uma certa incumbência” ;
Parlamentar:membro de um parlamento, o qual exerce o poder legislativo”;  
Inquérito: Ato ou efeito de inquirir, interrogar, perguntar, pesquisar; designa o conjunto de atos e diligências que têm por objetivo de descobrir e apurar a verdade de fatos alegados ou acusações; sindicância. Quando nos limites da instituição pública ou privada, é inquérito administrativo. Nos casos em que envolve delitos criminais, é inquérito policial, que é sucedido pelo inquérito judicial. Em tempos de grande incidência de casos de corrupção, entram em pauta, no âmbito do Poder Legislativo, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), nas quais sempre há muita gente dos dois lados (situação e oposição) interessada em fazer cabelo, barba e bigode dos acusados, ainda que sempre existam defensores destes interessados em livrá-los das tosquiadas. Mesmo assim, sempre fica muita gente com as barbas de molho.´
Não é necessário muito esforço de mudança de paradigma para vermos a “raposa tomando conta do galinheiro”

Nosso sistema eleitoral define como escolhemos nossos representantes dentre os candidatos. Mesmo que não acreditemos no sistema eletrônico ou digital somos obrigados a utilizá-lo. Se a escolha é do povo, a maneira de como deveria ser feita também deveria ser escolhida pelo povo.

Dentre os impostos exorbitantes que se paga no Brasil, o imposto de renda, aplicado aos salários, é extorsivo em se tratando da classe média.


Nos estenderemos cansativamente se formos enumerar o quanto a Constituição Brasileira moldou nossos paradigmas. Necessitamos de projeto de longo prazo - assim como a reformulação da educação e escolarização brasileira – para ajustar nosso modelo à Democracia proposta e tão desejada. 
                                                          PARADIGMAS
     Alguma vez você se pegou fazendo alguma coisa que você nem tinha tanto interesse? E como que lavando a consciência explica para si mesmo: “Ah! Todo mundo faz assim, então, deve estar certo!
Vejam como James C. Hunter descreve um paradigma no livro “O Monge e o Executivo” na página 42, quando lhe pergunta o que é um paradigma: 
     “Padadigmas são simplesmente padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida. Nossos paradigmas podem ser valiosos e até salvar vidas quando usados adequadamente. Mas podem se tornar perigosos se os tomarmos como verdades absolutas, sem aceitarmos qualquer possibilidade de mudança, e deixarmos que eles filtrem as novas informações e as mudanças que acontecem no correr da vida. Agarrar-se a paradigmas ultrapassados pode nos deixar paralisados enquando o mundo passa por nós.Os paradigmas existem para serem quebrados, e podem ser classificados, não genericamente, como tabus, preconceitos, atrasos de vida, falta de atualização e treinamento, e algumas vezes levam a erros que são simplesmente explicados assim: “Sempre foi feito assim, então, não vejo porque mudar!”
     Um antigo provérbio chinês diz o seguinte: “Se você não mudar a direção, terminará exatamente onde partiu.”
     Quem não muda ou quebra os paradigmas raramente consegue sair do lugar de onde iniciou.
Vejam como nasce um paradigma:
     Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro colocaram uma escada e sobre ela um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria (gelada mesmo) nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas, batiam sem cessar.
Passado mais algum tempo, nenhum macaco tentava subir mais a escada, apesar de ser tentadora a visão da sua fruta predileta que vislumbra com abundância tão próxima de seus olhos. Então, os mesmos cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que o pobre macaco fez foi subir a escada para colher as belíssimas bananas, sendo retirado de lá imediatamente pelos outros sob forte chuva de pancadas, surrando-o sem dó nem piedade.
     Depois de algumas surras, o novo integrante assimilou a idéia do grupo e não tentou mais subir a escada, apesar de continuar lambendo o beiço cá debaixo.Um segundo macaco foi substituído, e o mesmo aconteceu, tendo o primeiro macaco substituído participado com alegria e entusiasmo do corretivo que o grupo impôs ao segundo integrante substituído, o pobre novato.Um terceiro macaco foi trocado, e repetiu-se o fato. E assim fizeram com o quarto, e , finalmente com o quinto e último dos veteranos sendo substituído todo o grupo.
     Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.
     Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui.”

     E você, o que acha disto? Já tomou algum banho frio na sua vida?

     Bom trabalho sucesso em sua luta contra os velhos paradigmas.
     (Jésus Fernandes Leão)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

          
          Vivemos uma era em que dois fenômenos são marcantes. 
          
          O primeiro deles é a descrença nas instituições e em seus dirigentes. Isso vale para governos, partidos políticos, religiões, associações, escolas, até a estrutura familiar sofre abalos. Essa falta de sentimento de pertencimento às instituições em geral tem sido abordada por pensadores respeitados de vários partes do mundo. 

          O segundo é a expansão e o uso da internet como forma de acesso à informação e meio de expressão de opiniões, especialmente nas redes sociais. Como oportunidade inédita de comunicação entre as pessoas, a internet tem um lado muito positivo, pois contribui para democratizar o conhecimento e das voz a quem antes ficava mais calado. Entretanto, ela também tem um lado preocupante. Com uma infinidade de informações disponíveis mediante um clique no computador ou celular, as pessoas perderam a paciência para ler textos mais longos e mais profundos e, frequentemente têm formado opinião apenas pelas manchetes. Quando alguém exprime uma opinião categórica entre um assunto, não é raro se constatar a falta de fundamentos e a inconsistência no que é dito. Além disso, a facilidade para expressar opiniões na internet tem gerado a emissão de juízos apressados, intolerantes e agressivos. Muitas vezes, com alta dose de superficialidade e erros grosseiros de redação. 

          Em um cenário como esse de descrença nas instituições e de facilidade para emitir opiniões superficiais, a "terceirização da culpa" é muito comum; tudo que está errado é o outro que faz; a corrupção só existe no grupo dos outros; gestão errada é aquela da qual eu não faço parte. 

          O leitor sério fica perdido. Não raro, ele lê testos de correntes antagônicas e não sabe em quem acreditar. Ou chega a conclusão de que é tudo "farinha do mesmo saco", que todos distorcem a verdade. E é neste ponto que quero chegar. A pior coisa que pode nos ocorrer é a falta de esperança e a desistência de participar do esforço de construção de um mundo melhor. (Sérgio Riede)

terça-feira, 7 de abril de 2015

                                                                  Saber

                 Querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira? Aquilo que se sabe, saber que se sabe; aquilo que não se sabe, saber que não se sabe; na verdade é este o saber.
Confúcio

segunda-feira, 6 de abril de 2015

                                                         O Elefante e a Corda

    Eis o procedimento adotado pelos treinadores de circo, para que os elefantes jamais se rebelem – e desconfio que isso também se passa com muita gente.
    Ainda criança, o bebê-elefante é amarrado, com uma corda muito grossa a uma estaca firmemente cravada no chão. Ele tenta soltar-se várias vezes, mas não tem forças suficientes para tal.
    Depois de um ano, a estaca e a corda ainda são suficientes para manter o pequeno elefante preso; ele continua tentando soltar-se, sem conseguir. A esta altura, o animal passa a entender que a corda sempre será mais forte que ele, e desiste de suas iniciativas.
    Quando chega a idade adulta, o elefante ainda se lembra que, por muito tempo, gastou energia à toa, tentando sair do seu cativeiro. A esta altura, o treinador pode amarrá-lo com um pequeno fio, num cabo de vassoura, que ele não tentará mais a liberdade. (Paulo Coelho)

sábado, 4 de abril de 2015

                                      O Barulho da Carroça

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silencio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: 
- Estou ouvindo um barulho de carroça. 
- Isso mesmo - disse meu pai - é uma carroça vazia.
Perguntei a meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
- Ora - respondeu meu pai - é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz. 
Tornei-me adulto e, até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando para intimidar, tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz de meu pai dizendo: "quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz". (Reinaldo Fujimoto) 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

                                                             Religiões 

As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?
Mahatma Gandhi
                                                               Não Nascemos Prontos
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais profundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.

A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.

Por isso, quando alguém diz “Fiquei muito satisfeito com você” ou “Estou muito satisfeita com seu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é alguém dizer “seu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música, etc) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.

Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, nos deixa insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, permanece um pouco apoiado no colo e nos deixa absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?

Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.

Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer, etc), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.

Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais se é refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.

Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando…

Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano 2013, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, não no presente.

Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…
Mario Sergio Cortella
"Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores... Tornam-se seu destino."   (Mahatma Gandhi)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

"Na vida, não vale tanto o que temos, nem importa o que somos. Vale mesmo o que realizamos com aquilo que possuimos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós!"
(Chico Xavier)

O caminho mais grandioso para viver com honra neste mundo é ser a pessoa que fingimos ser.  (Sócrates)